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Estudo de Impacte Ambiental do Aproveitamento Hidroeléctrico (AH) do<br />
Alvito<br />
Relatório Síntese<br />
Identificação e Avaliação de Impactes<br />
determinados períodos do ano o troço do curso de água a jusante pode ter um escoamento<br />
reduzido e noutros períodos o caudal pode aumentar.<br />
Por outro lado, a construção do AHA altera o regime natural do rio que apresenta um fluxo<br />
unidireccional temporário ou permanente de água e de materiais orgânicos ou inorgânicos,<br />
suspensos ou dissolvidos – água lótica. A albufeira criada pela construção de uma barragem<br />
corresponde a uma água lêntica, em que não existem movimentos unidireccionais<br />
significativos.<br />
Segundo os critérios definidos na Directiva-Quadro da Água (DQA), a nova albufeira criada<br />
com a concretização do AH irá constituir uma massa de água fortemente modificada,<br />
integrada na categoria de “lagos”. Efectivamente, segundo esta Directiva, uma massa de<br />
água é classificada como fortemente modificada quando as suas características foram<br />
consideravelmente modificadas por alterações físicas resultantes da actividade humana,<br />
tendo a massa de água adquirido um carácter substancialmente diferente, situação que se<br />
verifica no caso da futura albufeira do Ocreza, onde se irão alterar profundamente as<br />
características hidrológicas e morfológicas existentes (correspondentes a um rio).<br />
Para além da criação da albufeira a montante da barragem, o projecto do AH irá ser ainda<br />
responsável pela alteração das características de escoamento de um troço situado a jusante<br />
da barragem, o qual é designado igualmente por troço fortemente modificado. Este troço<br />
inicia-se no local de implantação da barragem e apresenta uma extensão dependente de um<br />
conjunto de factores, entre os quais o regime de funcionamento da barragem e a presença da<br />
albufeira de Pracana a jusante.<br />
A DQA/LA (LA – Lei da Água) determina que é obrigação do Estado Português garantir que<br />
as actuais massas de água fortemente modificadas apresentem, num prazo máximo de 15<br />
anos (a partir de 2000), um bom potencial ecológico e um bom estado químico, devendo ser<br />
tomadas medidas tendentes à sua protecção e melhoria do seu estado, entrando em linha de<br />
conta com a aplicação das medidas de mitigação que se encontrarem definidas.<br />
Nos pontos seguintes são avaliados os impactes decorrentes da fase de construção e<br />
enchimento, sendo que a criação de massas fortemente modificadas ocorre desde o<br />
momento em que se inicia a construção da barragem, com represamento artificial do rio.<br />
Na fase de exploração, analisam-se mais detalhadamente os impactes a nível da qualidade<br />
da água gerados durante a vida da albufeira e as alterações quantitativas ocorridas no troço a<br />
jusante da barragem.<br />
Fase de construção e enchimento<br />
Quantidade<br />
Durante a fase de construção e enchimento, ocorrem alterações hidrológicas temporárias nos<br />
recursos hídricos superficiais em resultado das actividades da obra, nomeadamente, criação<br />
de estaleiros e áreas de apoio à obra, circulação de máquinas e veículos pesados,<br />
movimentações de terras, incluindo transporte até escombreiras, desarborização e<br />
desmatação de áreas e intervenções com recurso a explosivos.<br />
Numa primeira fase, com a criação de zonas impermeabilizadas para construção de áreas de<br />
estaleiro e apoio à obra, ocorre uma alteração ao nível do balanço hídrico do solo entre a<br />
infiltração e o escoamento superficial, ocorrendo um aumento deste e uma subsequente<br />
diminuição da infiltração. De acordo com os elementos obtidos no Anteprojecto, prevê-se uma<br />
ocupação temporária de áreas afectas à obra de cerca de 91,8 ha, uma parte das quais será<br />
impermeabilizada.<br />
Por outro lado, a realização de movimentações de terras para preparação das referidas áreas<br />
e para instalação de fundações das estruturas do AH será previsivelmente responsável pela<br />
emissão de poeiras, as quais poderão vir a depositar-se nas linhas de água mais próximas<br />
Imp – 5007_R2 Página 18