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Estudo de Impacte Ambiental do Aproveitamento Hidroeléctrico (AH) do<br />
Alvito<br />
Relatório Síntese<br />
Identificação e Avaliação de Impactes<br />
Analisando os volumes turbinados e bombados constantes dos Estudos de Produtibilidade,<br />
constata-se que nos meses mais secos os valores dos volumes bombados e turbinados são<br />
próximos e superiores ao caudal afluente à bacia. Logo a albufeira irá funcionar em sistema<br />
quase fechado, tornando-se provável a ocorrência de fenómenos eutrofizantes, atendendo às<br />
características da água a jusante. Neste cenário a qualidade tornar-se-á pior nos meses<br />
secos com reduzidas afluências, o que se apresenta com os reduzidos tempos de residência<br />
anteriormente apresentados. Saliente-se, contudo, o efeito resultante do ciclo de<br />
turbinamento/bombagem, o qual aumenta o nível de oxigenação da água<br />
Nos restantes meses o volume turbinado estimado para o AHA, em cada um dos NPA é<br />
superior ao volume bombado estimado. Assim, durante estes meses ocorre uma maior<br />
renovação da qualidade da água.<br />
Em suma, a criação da albufeira irá originar um meio lêntico, sujeito a reduzidas afluências,<br />
previsíveis cargas de fósforo e estratificação térmica associado a uma massa de água de<br />
características eutrofizadas. Desta forma é de esperar que o AHA assuma impactes negativos<br />
sobre a qualidade dos recursos hídricos superficiais, impactes que são certos, directos,<br />
permanentes, de magnitude elevada e muito significativos.<br />
A magnitude destes impactes pode ser minimizada caso sejam adoptadas as medidas<br />
referenciadas no Capítulo 6.3.3.3.<br />
5.4.3.2 Recursos hídricos subterrâneos<br />
Fase de construção e enchimento<br />
Aspectos gerais<br />
No que respeita à avaliação de impactes sobre os recursos hídricos subterrâneos durante a<br />
fase de construção, há a contabilizar o desenvolvimento geral da obra e a construção das<br />
infra-estruturas subterrâneas que compõem o AH, nomeadamente a barragem, central<br />
hidroeléctrica, circuito hidráulico, órgãos hidráulicos e restantes infra-estruturas associadas.<br />
Como referido no capítulo de caracterização do ambiente afectado pelo projecto, a área de<br />
estudo inclui-se, em termos de unidades hidrogeológicas de Portugal Continental, no Maciço<br />
Antigo, não atravessando qualquer sistema aquífero ou formação com interesse<br />
hidrogeológico e é constituída por rochas cristalinas ou rochas duras, ou, ainda por rochas<br />
fracturadas ou fissuradas, onde a circulação de água se faz, preferencialmente, por<br />
descontinuidades (fracturas ou alterações). As unidades hidrogeológicas que foram definidas<br />
apresentam recursos renováveis modestos correspondentes a taxas de infiltração da ordem<br />
de 10% da precipitação, variando entre 70 a 150mm, conforme as unidades hidrogeológicas.<br />
Desta forma prevê-se que as actividades a realizar no âmbito da construção do AH não<br />
conduzam a impactes com expressão sobre os recursos hídricos subterrâneos.<br />
Salvaguarda-se a eventualidade de ocorrerem derrames acidentais de óleos e substâncias<br />
poluentes, relacionados com a presença deste tipo de substâncias nos locais de estaleiro e<br />
com a operação de maquinaria afecta à obra, que poderão originar a contaminação dos<br />
aquíferos existentes, sobretudo os lençóis freáticos mais superficiais.<br />
Barragem<br />
No que respeita à barragem, do tipo gravidade em betão compactado por cilindro (BCC), o<br />
Anteprojecto do AH refere que a construção irá ocorrer sobre um maciço rochoso que exibe<br />
condições geotécnicas aceitáveis para a sua fundação de betão a profundidades moderadas,<br />
implicando apenas o recurso a escavações mais significativas nas cotas intermédias da<br />
margem esquerda, para saneamento de terrenos muito alterados e descomprimidos e em<br />
zonas localizadas onde o maciço exibe perturbações de reduzida espessura. No global, a<br />
implantação da barragem no local seleccionado implicará as seguintes escavações: (1) cerca<br />
de 5 m de espessura na zona central do vale, também para se garantir um bom<br />
Imp – 5007_R2 Página 33