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Tomo II - EDP

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Estudo de Impacte Ambiental do Aproveitamento Hidroeléctrico (AH) do<br />

Alvito<br />

Relatório Síntese<br />

Identificação e Avaliação de Impactes<br />

Assim, é expectável que as consequências em termos da exploração sejam muito reduzidas,<br />

tanto no que diz respeito a eventuais reduções do volume útil da albufeira (inferiores a 1%<br />

para o período de vida útil de 100 anos), como no que se refere a eventuais problemas ao<br />

nível da tomada de água e na descarga de fundo, cujas soleiras se situam acima da zona<br />

assoreada.<br />

Salienta-se, ainda, que, dada a discrepância entre os resultados obtidos, é recomendável<br />

efectuar um estudo aprofundado deste fenómeno em fase de Projecto de Execução.<br />

5.4.5 Ecologia<br />

5.4.5.1 Enquadramento<br />

O vale do Ocreza é uma região que, apesar de possuir uma flora bastante alterada devido às<br />

explorações florestais, encerra também um elevado potencial de ocorrência de espécies raras,<br />

sensíveis e de elevada importância para a conservação. Estas espécies de ocorrência<br />

potencial, que incluem endemismos nacionais e ibéricos, são típicas de locais rochosos e<br />

secos ou das áreas de leito do rio. Espécies como a Flueggea tinctoria e Centaurea ornata<br />

dependem da variação do leito de cheia ao longo do ano e outras, como Carex elata ssp.<br />

reuterana, Festuca duriotagana e Gratiola linifolia, instalam-se nas vertentes rochosas que<br />

acompanham o traçado do rio.<br />

Dentro da lista de biótopos identificados para a área de estudo, destacam-se pelo seu valor<br />

ecológico as zonas de afloramentos rochosos, toda a extensão do rio Ocreza, onde podem<br />

ser encontrados resquícios do habitat prioritário 91E0* (Florestas aluviais de Alnus glutinosa e<br />

Fraxinus excelsior (Alno-Padion, Alnion incanae, Salicion albae), e as zonas de floresta mista,<br />

normalmente presentes nas encostas da área de estudo. As espécies Quercus rotundifolia e<br />

Quercus suber podem ser encontradas em pequenas manchas ao longo da área de estudo,<br />

representando locais bastante importantes para o suporte da fauna local. Nas zonas de<br />

encosta podem ainda ser encontrados vários olivais antigos com características que<br />

favorecem o aparecimento de espécies faunísticas raras e que, à semelhança dos sobreirais<br />

e azinhais, também contribuem para a biodiversidade local.<br />

A área de estudo possui, assim, uma fauna rica e variada, encontrando-se representadas<br />

cerca de metade das espécies de vertebrados existentes em Portugal. A comunidade<br />

avifaunística é uma das mais importantes devido à existência confirmada de ninhos de<br />

espécies de elevado valor para a conservação, como a águia de Bonelli (Hieraaetus<br />

fasciatus), o bufo-real (Bubo bubo), a cegonha-preta (Ciconia nigra) e o grifo (Gyps fulvus),<br />

nas escarpas da Foz de Cobrão. A norte a povoação de Calvos existe outro ninho de<br />

cegonha-preta, localizado numa zona florestal. No que respeita ao grifo, de referir que os<br />

indivíduos presentes na área de estudo fazem parte da maior colónia exclusivamente<br />

portuguesa da espécie.<br />

A potencialidade da região em albergar muitas outras espécies de aves em declínio, ou cujas<br />

áreas de ocorrência são muito restritas, demonstra ainda a enorme relevância da área de<br />

estudo para este grupo faunístico sendo de destacar a ocorrência de algumas espécies como<br />

o chasco-preto (Oenanthe leucura), o rolieiro (Coracias garrulus) e a águia-imperial (Aquila<br />

adalberti).<br />

A nível da mamofauna, o rio Ocreza e os seus afluentes representam uma área de elevada<br />

actividade para a lontra (Lutra lutra) e para o toirão (Mustela putorius). A abundância de<br />

alimento disponível e as próprias características hidrológicas do rio Ocreza parecem<br />

favorecer estas duas espécies que ocorrem ao longo de toda a faixa ribeirinha.<br />

Imp – 5007_R2 Página 45

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