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Tomo II - EDP

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Estudo de Impacte Ambiental do Aproveitamento Hidroeléctrico (AH) do<br />

Alvito<br />

Relatório Síntese<br />

Identificação e Avaliação de Impactes<br />

<br />

Hipolímnio – camada profunda onde a temperatura permanece baixa e relativamente<br />

homogénea com a profundidade. Constitui uma camada mais densa e viscosa e<br />

relativamente inalterada. A degradação da matéria orgânica do epilímnio (algas ou<br />

animais mortos) que se sedimenta, provoca um forte consumo de oxigénio. As águas<br />

são pouco oxigenadas e pouco propícias ao desenvolvimento de espécies animais<br />

aeróbias. Assim, o consumo verificado contribui para o desenvolvimento de<br />

fenómenos químicos que irão contribuir para uma maior degradação da qualidade da<br />

água.<br />

Com o fim do Verão e no Outono, com a descida da temperatura, ocorre uma perda de calor<br />

pela massa de água, superior à entrada de radiação solar. As correntes de convexão e a<br />

circulação epilimnética induzida pelo vento originam uma mistura de água da superfície<br />

provocando uma erosão progressiva do metalimnío até todo o volume de água estar incluído<br />

na circulação outonal, apresentando toda a coluna de água a mesma temperatura (Ferreira et<br />

al., 2002).<br />

Com a progressão do Inverno, a temperatura do ar e da água à superfície diminuem,<br />

formando-se, em determinadas condições atmosféricas, uma camada de gelo à superfície<br />

que provoca uma perda de calor na massa de água adjacente ao gelo que consequentemente<br />

fica mais fria, mais densa e viscosa, do que a zona em profundidade (estratificação invernal).<br />

De facto, durante a estação fria, as águas do epilímnio são mais densas e podem atingir a<br />

mesma temperatura que o hipolímnio. Como as densidades são iguais, o vento facilita a<br />

mistura das águas das duas camadas, desaparecendo a camada de transição.<br />

Apesar desta situação, em zonas temperadas quentes, a temperatura da massa de água no<br />

Inverno não desce abaixo dos 4ºC, mantendo-se a circulação e a estratificação todo o Verão<br />

– estratificação monomítica quente – o que acontece na maior parte das albufeiras<br />

portuguesas (Ferreira et al., 2002).<br />

A quantidade de material biológico produzido na massa de água – produção primária –<br />

através da fotossíntese pelas algas e plantas é influenciada pelo teor em nutrientes,<br />

nomeadamente o fósforo. Assim, quando a concentração em nutrientes é forte, verifica-se,<br />

inicialmente, um aumento da biomassa algal. Nas regiões temperadas, o aumento em<br />

nutrientes é máximo durante o Inverno e a Primavera (em relação com a pluviometria). Mas<br />

os nutrientes vão escasseando e passam a ser factores limitativos à fotossíntese. A biomassa<br />

algal deixa de se desenvolver e acaba por ser consumida por organismos heterotróficos.<br />

Em massas de água oligotróficas (poucos nutrientes) durante a estratificação estival no<br />

epilímnio verificam-se concentrações de oxigénio dissolvido baixas porque a produção<br />

primária também é baixa. Apesar do material biológico sedimentar e decompor-se em<br />

profundidade, consumindo oxigénio, o hipolímnio mantém níveis elevados de oxigénio<br />

dissolvido, que não são esgotados.<br />

Para as massas de água com elevado teor de nutrientes, isto é, eutróficas, no epilímnio a<br />

produção primária é muito elevada dando origem a uma grande produção de oxigénio<br />

dissolvido. A biomassa biológica sedimenta em camadas profundas hipolimnétricas onde se<br />

decompõe esgotando o oxigénio dissolvido.<br />

Em massas de água em que os tempos de retenção da água sejam curtos, verifica-se uma<br />

maior resistência à eutrofização, uma vez que o período de absorção, circulação,<br />

sedimentação e reutilização de nutrientes é mais curto.<br />

Análise de dados de estações de monitorização<br />

No âmbito da caracterização da situação de referência, avaliou-se a qualidade da água em<br />

consonância com os dados disponibilizados para estações de monitorização a montante e a<br />

jusante do AHA, tendo-se registado na maior parte dos casos analisados uma qualidade da<br />

água razoável. Numa das estações a jusante do AHA (no ano de 2008) foi ainda registada<br />

uma má qualidade da água.<br />

Imp – 5007_R2 Página 23

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