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Estudo de Impacte Ambiental do Aproveitamento Hidroeléctrico (AH) do<br />
Alvito<br />
Relatório Síntese<br />
Identificação e Avaliação de Impactes<br />
Apesar dos estudos realizados, ainda não é conhecido, com rigor, o modelo hidrogeológico<br />
da área de estudo, fruto da indefinição em relação ao modelo geológico e aos parâmetros<br />
hidrodinâmicos fundamentais. Não se sabe ainda se as duas cristas do sinclinal estão ou não<br />
em ligação hidráulica, circunstância da maior importância para o projecto do circuito hidráulico<br />
e mesmo para a avaliação dos impactes da obra, nem se conhece a conectividade hidráulica<br />
dos quartzitos do eixo do sinclinal (TARH, 2009), o qual terá que ser aprofundado durante o<br />
Projecto de Execução e RECAPE.<br />
No entanto, desde já, parece claro que o escoamento subterrâneo no aquífero do Quartzito<br />
Armoricano se faz de SE para NW com as descargas no topo Norte (o Olho de Água da Foz<br />
do Cobrão, nº88, e o Poço Escuro, nº124).<br />
No caso específico da central em caverna, de um poço e de uma chaminé de equilíbrio na<br />
zona de montante, verifica-se que estas estruturas ficarão situadas sobre formações<br />
geológicas do Grupo das Beiras, com uma baixa condutividade hidráulica do maciço.<br />
Fase de exploração<br />
Durante a fase de exploração do AH não se prevêem interferências ao nível dos recursos<br />
hídricos subterrâneos. Efectivamente, de acordo com as conclusões do estudo hidrogeológico<br />
realizado, não existem, na zona de influência da albufeira do AH do Alvito, aquíferos<br />
conforme os critérios nacionais e internacionais geralmente aceites, nem “massas de água”<br />
no sentido que lhe é conferido pela Directiva-Quadro da Água. Os sistemas de monitorização<br />
existentes e os estudos complementares realizados no âmbito do Anteprojecto não revelam,<br />
assim, recursos de importância regional, podendo-lhes ser conferida apenas, alguma<br />
importância local, associadas às escassas captações para uso privado em agricultura ou<br />
abastecimento doméstico. Os impactes nessas captações deverão ser alvo de estudo<br />
complementar, em fase de projecto de execução, altura em que se preconiza a realização de<br />
de trabalhos de inventariação sistemática de pontos de água, conforme descrito no Capítulo<br />
6.2.<br />
É expectável uma melhoria das condições de recarga dos aquíferos em virtude da<br />
constituição de uma albufeira com um volume de água armazenado considerável, e cuja<br />
interferência será função directa da qualidade das águas superficiais. Contudo atendendo aos<br />
tipos de unidades hidrogeológicas dominantes, com reduzidas permeabilidades, aliada à<br />
baixa transmissividade e produtividade, não são de prever interferências significativas sobre<br />
os aquíferos.<br />
Relativamente à susceptibilidade à contaminação, recorde-se que o AH se localiza numa<br />
zona de risco baixo e variável, de acordo com o mapa de vulnerabilidade do INAG, e não se<br />
insere numa área de risco, de acordo com o mapa de massas de água subterrâneas em risco,<br />
elaborado no âmbito da implementação da Directiva Quadro da Água - DQA.<br />
Em particular, no que respeita ao circuito hidráulico, onde foram detectados impactes na fase<br />
de construção, não há a registar impactes na fase de exploração, atendendo a que o circuito<br />
hidráulico será totalmente revestido. Pretende-se que a drenagem do maciço na envolvente<br />
das cavernas seja localizada (apenas confinada ao extradorso das estruturas de revestimento<br />
de betão) e limitada em termos de caudais; assim, também para se obter estes objectivos,<br />
poderá ser necessário proceder a tratamentos de impermeabilização por meio de injecção de<br />
caldas na envolvente das grandes aberturas subterrâneas do circuito hidráulico (TARH, 2009).<br />
5.4.3.3 Usos da água<br />
Os impactes nos usos da água analisam-se apenas para a fase de exploração, após a<br />
constituição da albufeira do AHA, atendendo a que os impactes na fase de construção/<br />
enchimento se fazem sentir sobretudo ao nível da qualidade e quantidade dos recursos<br />
hídricos disponíveis, anteriormente analisados.<br />
Imp – 5007_R2 Página 37