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Estudo de Impacte Ambiental do Aproveitamento Hidroeléctrico (AH) do<br />
Alvito<br />
Relatório Síntese<br />
Identificação e Avaliação de Impactes<br />
movimentos tectónicos da Orogenia Alpina (Terciário) e potencialmente reactivadas no<br />
regime tectónico actual. Assim, as principais falhas consideradas activas na região, i. é<br />
sismogénicas, são representadas no Quadro 2.<br />
Quadro 5 – Principais falhas consideradas activas na região do AHA (adaptado de LNEC,<br />
2009)<br />
Falha Tipo Comprimento Distancia ao AHA<br />
Falha do Ponsul Inversa 105 km 10 km<br />
Falha de Sobreira Formosa-Grade-<br />
Sobral do Campo<br />
Inversa 20 km 12 km<br />
Falha de Seia-Lousã Inversa 100 km 57 km<br />
Assume-se para as falhas sismogénicas desta região taxas de deslizamento inferiores a<br />
0,1m/ano e intervalos de recorrência da ordem das dezenas de milhares de anos (LNEC,<br />
2009), tornando-se impossível relacionar os sismos com falhas específicas, nomeadamente<br />
na ausência de evidências de deslocamentos à superfície das falhas potencialmente<br />
sismogénicas (LNEC, 2009).<br />
Com base em dados de sismicidade histórica e instrumental do Instituto Meteorológico, é<br />
possível evidenciar, num raio de 100 km do sítio da barragem de Alvito, sismos com uma<br />
distribuição difusa no espaço e em grandeza, caracterizada por sismos de magnitude M=6, Richter).<br />
Neste sub-descritor é ainda importante considerar a possibilidade de geração de<br />
microssismicidade induzida pela acção humana durante e após a fase de enchimento da<br />
albufeira, tendo em conta as dimensões da obra a realizar para o AH de Alvito. Para o efeito,<br />
não se distinguem especificamente os impactes inerentes à fase de construção e à fase de<br />
exploração, uma vez que se realiza a sua análise de forma integrada e global.<br />
Assim sendo, é de referir que num maciço rochoso existe sempre um elevado número de<br />
fracturas que podem estar sob tensão, mas que, no entanto, devido ao atrito que sofrem ao<br />
longo da sua superfície, não são passíveis de ocorrerem deslocamentos que provoquem<br />
sismos. Contudo, perante a criação de uma nova massa de água, como a da futura albufeira<br />
do AH do Alvito, é expectável o aumento da pressão ao longo das fracturas existentes no<br />
maciço, o que, por diminuição do atrito ao longo das mesmas, facilita a movimentação e a<br />
ocorrência de sismos. Adicionalmente, com a introdução de água no maciço, a probabilidade<br />
de ocorrência de um sismo aumenta consideravelmente, podendo ocorrer sismos mesmo em<br />
falhas que não tenham actividade recente (falhas activas). A sismicidade induzida assim<br />
descrita é tanto mais provável quanto a altura da coluna de água da albufeira, pelo que o local<br />
com maior potencial de afectação é junto à barragem, onde a albufeira é mais profunda.<br />
Pelo acima exposto conclui-se que os potenciais impactes ao nível da sismicidade induzida<br />
se iniciam com o enchimento da alfubeira, mas que tendem a reduzir-se ao longo da fase de<br />
exploração do AH, perante uma estaibilização do balanço de pressões geradas pela albufeira.<br />
Saliente-se, contudo, que a sismicidade induzida pela albufeira não aumenta o perigo sísmico<br />
no local da barragem, i. é, não é susceptível de gerar sismos de magnitude superior aos que<br />
naturalmente ocorreriam na região sem a construção da barragem, pelo que a sismicidade<br />
induzida não constitui um problema de segurança para uma barragem bem projectada. Dito<br />
de outra forma, uma barragem dimensionada e projectada para a sismicidade natural da<br />
região está igualmente protegida relativamente à sismicidade induzida, pelo que esta não vai<br />
aumentar o risco sísmico da barragem (LNEC, 2009).<br />
Tal como estipulado nas Normas de Projecto de Barragens, documento complementar ao<br />
Regulamento de Segurança de Barragens (RSB), as barragens devem ser projectadas para<br />
que possam resistir aos denominados: “sismo base de projecto (SBP)” e “sismo máximo de<br />
projecto (SMP)”, capazes de ocorrerem na área ou nas falhas activas próximas, quer para<br />
Imp – 5007_R2 Página 16