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IGREJA LUTERANA - Seminário Concórdia

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Sexta-feira santa<br />

1. CONTEXTO<br />

02 de abril de 2010<br />

Hebreus 4.14-16;5.7-9<br />

Pregar na sexta-feira santa é, com certeza, um desafio todo especial.<br />

Não pregar qualquer coisa, mas o que precisa ser pregado: o evangelho.<br />

Há um clima acentuadamente penitencial, um ambiente sombrio, que é<br />

próprio do dia. Fácil é fixar-se naquele “foi minha toda a culpa, que foste<br />

tu levar”, esquecendo o “Deus na cruz é meu amado” e o “grato sou por<br />

tanto amor, meu bendito Redentor”. Para pregar o evangelho é preciso,<br />

antes de tudo, focalizar Cristo. Toda reflexão centrada em nós mesmos<br />

não passará de lei. E para focalizar Cristo, nada melhor do que explorar<br />

o texto bíblico.<br />

O texto da epístola (Hb 4 e 5) permite uma reflexão de sexta-feira santa<br />

como raramente se ouviu. Aliás, quando foi a última vez que pregaste um<br />

texto de Hebreus? Bem que está na hora. Normalmente, vemos o Cristo<br />

crucificado e até ouvimos falar do véu do templo que se rasgou de alto<br />

a baixo. Mas e o que aconteceu além do véu, ou, se preferir, em outra<br />

“dimensão”? Hebreus nos propicia esta perspectiva que vai além. Aliás,<br />

Hebreus é, no meio das epístolas, sem ser propriamente uma “epístola”, o<br />

que João é entre os Evangelhos: um texto diferente, com uma perspectiva<br />

própria. E, de quebra, para quem acha que nenhuma pregação deveria<br />

terminar sem uma aplicação mais direta (o que é discutível), a aplicação<br />

está presente, no texto, na forma de dois apelos em primeira pessoa:<br />

conservemos firme; acheguemo-nos.<br />

Claro, seria possível fazer uma leitura em contraponto, relacionando<br />

Isaías 53 e o texto da epístola. Difícil dizer até que ponto será possível<br />

fazer isto, numa só pregação, mas poderia ser um enfoque ou um caminho<br />

a seguir. Ele, Jesus, tanto o sacerdote (Hebreus) quanto o sacrifício<br />

(Isaías). Normalmente só enxergamos a vítima. Ficamos impressionados<br />

com a dramaticidade de Isaías 53 e o impacto da narrativa da paixão.<br />

Um Cristo passivo, padecente, sofrendo até o último suspiro. O texto de<br />

Hebreus nos mostra um Cristo ativo. Pendurado na cruz, ele exerceu seu<br />

ofício sumo-sacerdotal. Só que o autor aos Hebreus não o vê entrando no<br />

Lugar Santíssimo do templo que estava edificado sobre o monte Sião; ele<br />

o vê “penetrando os céus”. Literalmente, atravessando os céus. Claro, indo<br />

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