IGREJA LUTERANA - Seminário Concórdia
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devocional<br />
O contexto nos revela que só Jesus, em sua graça, pode operar a confissão<br />
e a compreensão da vida dos discípulos e, às vezes, é necessário<br />
que haja repetição.<br />
Jesus havia realizado a primeira multiplicação dos pães (Mc 6.30-44),<br />
andou sobre o mar (6.45-51) e, no final disso, o evangelista Marcos nos<br />
diz que os discípulos estavam com o coração endurecido (6.52) e não<br />
compreenderam o milagre dos pães.<br />
Jesus faz a segunda multiplicação dos pães (8.1-10) e, mais uma vez,<br />
os discípulos não compreendem nada e são chamados de cegos e surdos<br />
pelo próprio Jesus (8.17-21).<br />
Foi então que Jesus preparou o ambiente para saber se os discípulos<br />
sabiam da sua verdadeira identidade e missão. Como que fazendo um<br />
prelúdio, ele cura um cego e gradualmente restabelece a visão dele.<br />
Primeiro, ele via homens pensando que eram árvores, para depois ver<br />
claramente (Mc 8.22-26).<br />
O texto – Marcos 8.27-30<br />
Claramente Jesus perguntou para seus discípulos sobre a opinião das<br />
pessoas sobre ele. Eles repetem basicamente o que está escrito em Mc<br />
6.14-16: uns dizem que é João Batista (talvez porque Herodes estava<br />
com medo) e outros Elias, talvez uma lembrança da profecia de Malaquias<br />
(Ml 4.5).<br />
Essas idéias estavam de acordo com as idéias populares e a maioria<br />
delas conectando Jesus a títulos messiânicos judaicos, insuficientes para<br />
definir a verdadeira identidade de Cristo e sua verdadeira missão.<br />
Então ele perguntou a seus discípulos: e vocês? Pedro se antecipou e,<br />
em nome do grupo, confessou: “Tu és o Cristo”. Tu és o ungido de Deus,<br />
o verdadeiro Messias. Pedro confessou a Jesus como o Cristo e o colocou<br />
acima de todo nome (Fp 2.9-11).<br />
O evangelista Mateus nos ajuda a entender que a grandiosidade dessa<br />
confissão não pode ser elaborada por um coração e lábios humanos, mas<br />
isto lhe foi revelado pelo Pai, que está nos céus (Mt 16.17).<br />
Curiosamente, à primeira vista, mas não sem motivos, Jesus pede<br />
silêncio dessa confissão. Por causa da expectativa da libertação política,<br />
os olhos e corações de pessoas estavam sendo alimentados por esperanças<br />
políticas e econômicas. Por isso Jesus aconselha seus discípulos a se<br />
calarem por enquanto.<br />
Ele não queria ser visto como um milagreiro, ver seu ministério vinculado<br />
tanto aos milagres de cura; queria evitar sua morte prematura, por<br />
acontecer na plenitude do tempo. Nem os discípulos, nem as multidões<br />
estavam aptos a assimilar a forma como Cristo realizaria a missão.<br />
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