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IGREJA LUTERANA - Seminário Concórdia

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Igreja Luterana<br />

Dia de Natal<br />

1. TEXTO E CONTEXTO<br />

Entre os vv. 1 e 2, o apóstolo estabelece três contrastes: “outrora ...<br />

nestes últimos dias”, “aos pais ... nos [=para nós]”, “pelos profetas ... pelo<br />

Filho”. Há ainda um quarto contraste, ressaltado pelas formas verbais do<br />

verbo “falar”: “falado [Particípio Aoristo = situação ocorrida mais de uma<br />

vez] muitas vezes e de muitas maneiras ...; “falou” [Indicativo Aoristo =<br />

fato histórico, talvez ênfase no evento único].<br />

A expressão “nestes últimos dias”, ou “no fim destes dias” (evp v evsca,tou<br />

tw/n h`merw/n tou,twn) tem um tom escatológico. Trata-se de uma manifestação<br />

definitiva de Deus (é o que evoca o termo e;scaton). O próprio<br />

uso das formas verbais também leva a esta direção. No versículo 1, o<br />

verbo no Particípio parece indicar a situação como um todo, que resume<br />

o Antigo Testamento: Deus tendo falado através dos profetas. Este era o<br />

modo usual de Deus falar, tornando conhecida sua vontade e manifestando<br />

juízo e salvação. É importante notar que o verbo lale,w é muitas vezes<br />

usado como referência à proclamação dinâmica da mensagem de Deus.<br />

Ele pode referir-se ao contexto do culto (por exemplo, o verbo é usado<br />

mais de vinte vezes no capítulo 14 de 1 Coríntios).<br />

No v. 2, o verbo no Indicativo Aoristo chama a atenção para o caráter<br />

de evento único da ação descrita: Deus falou ... pelo Filho. A ênfase não<br />

está em Deus ter falado diversas vezes através do Filho, como se estivesse<br />

focalizando cada uma das pregações de Jesus. Mas a idéia é que em<br />

Jesus aconteceu de forma definitiva e única a manifestação proclamatória<br />

de Deus. Tudo o que veio antes, até mesmo pelo seu caráter contínuo e<br />

repetitivo – “muitas vezes e de muitas maneiras” – era preparatório para<br />

a grande manifestação de Deus. Por assim dizer, Jesus é o discurso final<br />

de Deus ao mundo. Nele Deus descortina de forma plena sua vontade,<br />

seu projeto, seu juízo e sua redenção.<br />

Há um pensamento de progresso na revelação de Deus entre as duas<br />

etapas referidas no texto. Mas este progresso não é do tipo “do menos<br />

para o mais importante”, ou “do menos verdadeiro para o mais verdadeiro”,<br />

pois é o mesmo Deus que está falando em ambas situações. Aliás, é<br />

significativo que Deus fale! Toda a fé cristã está fundamentada no fato de<br />

que Deus é e se revela! Ele não fica escondido, não deixa para a reflexão<br />

humana descobrir Sua natureza e Seus desígnios. Deus fala! E sua fala,<br />

68<br />

25 de dezembro de 2009<br />

Hebreus 1.1-6<br />

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