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IGREJA LUTERANA - Seminário Concórdia

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Véspera de Natal<br />

Nessa frase chama a atenção um detalhe interessante: o amor em nós se<br />

manifesta numa ação fora de nós, nessa ação coordenada do Pai através<br />

do Filho. Fruto dessa ação existe amor dentro de nós que nos faz sentir,<br />

ter uma emoção que nos aproxima das pessoas e nos faz sentir vivos.<br />

Essa vida se define a partir da ação revelada de Deus. Tudo aquilo que<br />

existe como nascendo e crescendo nesse amor é vida segundo a experiência<br />

desses apóstolos com a revelação do próprio Deus, Jesus Cristo.<br />

Essa identificação com o amor que Deus revela tem um aspecto ainda<br />

mais desafiante: esse sentimento de Deus em nós é vivo e ativo: ele busca<br />

estender-se permanentemente ao outro exatamente do modo como ele se<br />

fez sentir em nós. Isso define as pessoas como filhos de Deus (Jo 1.12).<br />

O que João, Paulo e todos os seguidores de Jesus sentiram, o que os<br />

tornou tão intensos e definitivos em suas manifestações? De alguma forma,<br />

serem convencidos do compromisso que Deus assume em assumir a<br />

pecaminosidade e a maldade da natureza humana e finalmente admitiram<br />

em si próprios a maldade viva como dominadora dos seus sentimentos<br />

naturais. Essa é a obra inicial que Deus precisa fazer: Convencer as pessoas<br />

do pecado. Somente Deus pode convencer alguém de que era necessário<br />

ser batizado para perdão dos pecados. Essa obra inicial o ser humano recusa<br />

a aceitar. Ao longo da vida, busca sempre de novo atribuir a si próprio<br />

a dignidade que lhe é dada todos os dias como presente de Deus.<br />

Portanto, o amor de Deus não se limita ao perdão dos pecados, mas<br />

efetivamente traduz as nossas mal formadas intenções de amor em amor<br />

realmente recebido por aqueles que intencionamos e tentamos amar. Crer<br />

que a educação e aperfeiçoamento dos nossos sentimentos também é obra<br />

de Deus na pessoa do Espírito Santo, essa é a fé que anima os filhos de<br />

Deus a prosseguir em suas tentativas de amar.<br />

A essa fé também pertence reconhecer que o amor que recebemos de<br />

tantas pessoas e de tantas maneiras diferentes é também obra do amor<br />

de Deus por nós. Não vemos Deus, diz João. O que vemos e sentimos é o<br />

amor de Deus através das mãos, dos olhos, da voz que expressam interesse<br />

pelo bem-estar daqueles que Deus aproxima de nós. Sentimentos<br />

são inevitáveis. Deus os desperta e aperfeiçoa. Podemos dizer que eles<br />

são espontâneos. Mas não são nossos. São vida que Deus sopra em nós<br />

na obra do Espírito Santo e que reconhecemos como sendo dele. O que<br />

podemos fazer? Louvar a Deus por ter-nos arrancado do indiferentismo<br />

egoísta denunciando a nossa natureza na cruz do Calvário e nos aceitando<br />

como somos e, finalmente, ensinando-nos a perceber a sua obra que ele<br />

realiza em nós e através de nós. Assim, o que antes era morto agora é<br />

vida.<br />

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Revista Luterana 2010 gráfica.indd 65 8/4/2010 18:42:10

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