IGREJA LUTERANA - Seminário Concórdia
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Igreja Luterana<br />
característica fundamental que Paulo ainda acrescenta é o amor. A autenticidade<br />
da santidade e do caráter irrepreensível dos cristãos se dá a<br />
conhecer pelo amor agápe, aquele amor superior de compreensão e de<br />
um propósito correspondente, que ama o próximo mesmo se nele não<br />
existe nenhum motivo para isso e que ama a Deus porque ele nos amou<br />
primeiro. “Não tendes em vós o amor de Deus”, disse Jesus aos judeus<br />
incrédulos em Jo 5.42 (cf. 1 Coríntios 13).<br />
V. 5: Outro motivo pelo que Deus nos predestinou é para sermos seus<br />
filhos adotivos. Jesus é o Filho de Deus por natureza e nós somos filhos<br />
adotivos por designação e posição (Gl 4.5). Deus quis ter filhos na terra,<br />
aos quais pudesse aplicar todo o seu amor paterno e tudo isso ele fez<br />
não porque o merecessem, mas por causa do beneplácito de sua vontade.<br />
A palavra “beneplácito” foi também usada em Lc 2.14, onde os anjos<br />
cantaram: “... paz na terra aos homens de seu beneplácito”. Os cristãos<br />
devem tudo à boa vontade de Deus e, por isso, a primeira parte desta<br />
doxologia é encerrada com as palavras: “para louvor da glória de sua<br />
graça”. A palavra mais doce para o pecador em toda a Escritura é “graça”,<br />
que aqui é descrita na sua plenitude e que tem a sua fonte na eternidade<br />
e nos atos eternos de Deus. Essa graça ele nos concedeu gratuitamente<br />
no Amado, como Jesus é designado em vários lugares da Escritura (cf.<br />
Mt 3.17; 17.5; Cl 1.13).<br />
V. 7: No v. 7 inicia-se a segunda parte da doxologia dedicada à segunda<br />
pessoa da Trindade, a Jesus. As bênçãos da eleição da graça tornaram-se<br />
nossas graças à obra de Cristo, que pagou o nosso resgate pelo derramamento<br />
de seu sangue e assim nos obteve a remissão dos pecados,<br />
segundo a riqueza de sua graça. Mais uma vez a graça é mencionada e a<br />
sua abundância é enfatizada pela palavra ploutos, riqueza.<br />
V. 8: Essa graça ele nos deu com tanta fartura (NTLH) em termos de<br />
toda a sabedoria e entendimento (NTLH). Sabedoria é a substância do<br />
evangelho. É mais do que conhecimento. É o discernimento penetrante das<br />
realidades divinas. “Cristo se tornou para nós sabedoria ...” 1 Co 1.30). “A<br />
sabedoria, porém, lá do alto é ... plena de misericórdia e de bons frutos<br />
... “ (Tg 3.17). “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pv 9.10).<br />
Salomão demonstrou essa sabedoria em sua oração e Jesus crescia nela.<br />
Frónesis é traduzida pela RA por “prudência” e pela NTLH por “entendimento”.<br />
Essa última tradução talvez seja a melhor e reforça uma idéia<br />
que já está em sofía, sabedoria.<br />
Vv. 9-10: Mistério denota o grande plano de Deus para a salvação do<br />
homem e a restauração de todas as coisas, fatos que apenas podem ser<br />
conhecidos pela revelação de Deus. Esse plano Deus desvendou na sua<br />
palavra, que é de fazer convergir em Cristo todas as coisas na plenitude dos<br />
tempos, determinados por Deus, quando seu propósito redentor alcançaria<br />
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