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IGREJA LUTERANA - Seminário Concórdia

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Igreja Luterana<br />

deslocamento de tropas, especialmente para as regiões mais instáveis,<br />

que estavam sob controle direto do imperador; b) a língua grega, que<br />

era a língua comum do império, aliada à cultura helênica, as quais apresentavam<br />

um vocabulário teológico e filosófico desenvolvido; c) religiões<br />

gregas, que cada vez mais desiludiam o povo com o politeísmo pagão e<br />

que não aliviavam o senso de pecado do povo; d) a religião judaica, da<br />

qual o cristianismo emprestou diversas práticas, como o apego às Escrituras,<br />

padrões éticos elevados e conversão, que desfrutava o status de<br />

religião lícita no império; além disso, judeus e suas sinagogas estavam<br />

espalhados por todo o império. 2<br />

Os obstáculos que se interpunham à pregação do evangelho dos cristãos<br />

do Novo Testamento podem ser divididos em obstáculos colocados<br />

pela: a) religião judaica: pessoas sem formação erudita e formal pregando<br />

o Evangelho, até para sacerdotes e rabinos; a pregação de um Messias<br />

crucificado; e a Igreja como um grupo dentro do judaísmo com crenças<br />

que iam contra as doutrinas deste – heresia que devia ser expulsa; b)<br />

cultura greco-romana: o cristianismo era considerado uma superstitio e<br />

não uma religio licita; tinha padrões éticos muito altos; quanto a questões<br />

intelectuais, defendia a revelação particular de Deus em Jesus Cristo e<br />

proclamava a morte na cruz como algo que dava sentido para o universo,<br />

além de ser uma doutrina nova, o que não era muito do agrado dos cidadãos<br />

romanos. Associado a tudo isto ainda estava a inferioridade cultural<br />

dos cristãos, visto serem eles no começo, em sua maioria, provenientes<br />

de classes mais baixas da sociedade.<br />

As províncias romanas estavam sob o controle dos procônsules e só<br />

eles podiam executar a pena capital, não aceitando, contudo, denúncias<br />

anônimas. Além disso, durante as primeiras décadas havia certa confusão<br />

entre judaísmo e cristianismo, especialmente para os de fora. Os cristãos<br />

também sofriam sob três pesadas acusações: ateísmo, pois não adoravam<br />

os deuses pagãos; incesto, visto se reunirem em lugares particulares,<br />

tratarem-se por irmãos e terem a prática do ósculo santo; e canibalismo,<br />

por falarem que na Ceia comiam o corpo de Cristo. A tudo isso se adicione<br />

o fato de se recusarem a adorar a César e o caldeirão do Império Romano<br />

do primeiro século está prestes a ferver. 3<br />

Os desafios para os primeiros cristãos foram muito grandes. Michael<br />

Green, por isso, defende que foi em Antioquia que o cristianismo saiu<br />

do seu casulo judeu. Ela era uma espécie de microcosmo da antiguidade<br />

romana do primeiro século, pois gozava de quase todas as vantagens,<br />

possuía quase todos os mesmos problemas e perseguia os mais variados<br />

2<br />

GREEN, Michael. Evangelização na igreja primitiva. 2ª ed. São Paulo: Edições Vida Nova,<br />

1989. p. 11-30.<br />

3<br />

GREEN, Michael. Evangelização na igreja primitiva. 2ª ed. São Paulo: Edições Vida Nova,<br />

1989. p. 31-54.<br />

28<br />

Revista Luterana 2010 gráfica.indd 28 8/4/2010 18:42:08

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