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IGREJA LUTERANA - Seminário Concórdia

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PENSAR COMO CRISTÃO<br />

na esteira de H. St. Chamberlain e Alfred Rosenberg, ou se permito que<br />

Romanos 9-11 me forneça a chave para decifrar este povo tão misterioso<br />

e sua caminhada tão sofrida ao longo dos séculos. Posso conceber as doenças<br />

apenas sob a perspectiva médica ou das ciências naturais, chegando<br />

necessariamente a um tratamento localizado de sintomas. Mas, no caso da<br />

doença, posso ter diante dos olhos o ser humano em sua totalidade, vendo<br />

como sofre sob conflitos de culpa, golpes do destino e falta de sentido em<br />

sua existência e me empenharei em ajudá-lo em seu todo, tanto em suas<br />

necessidades de ordem física quanto de ordem espiritual. A jurisprudência<br />

moderna conhece uma formulação positivista e uma fomulação metafísica<br />

do direito. Fará diferença se o ponto de vista do jurista for determinado por<br />

um ou por outro. Também a arte não é jamais uma questão meramente<br />

estética. Claro, há muitos artistas que querem ficar longe da discussão<br />

em torno do valor. O que vale, argumenta-se, é se a peça foi bem feita ou<br />

não, independentemente de seu valor ético. Nem por isso o artista escapa<br />

do fato de sempre estar a serviço de uma força espiritual, seja ela santa,<br />

nobre, ou comum e destrutiva. É totalmente impossível desvincular a<br />

tarefa da formação acadêmica das marcas da sua visão de mundo. Basta<br />

examinar os livros de texto ou livros escolares de uma escola marxista,<br />

uma escola de convento e uma escola antroposófica: em cada página se<br />

percebe qual o espírito que está por trás de tudo, na história mundial, na<br />

história da literatura e na história da cultura! Será que apenas a escola<br />

evangélica deveria abrir mão de ter sua própria cara?<br />

Hoje se ouve muitas vezes e sempre de novo a queixa de que a mentalidade<br />

cristã não aparece na vida pública. Esta é uma grande necessidade,<br />

mas há um problema bem maior no fato de termos banido a realidade<br />

do Deus vivo do âmbito das ciências. Nosso pensar passou a ser feito<br />

longe de Deus e de forma estranha a Deus, e não devemos nos admirar<br />

que isso tenha levado a sintomas de profunda enfermidade espiritual em<br />

nossos dias.<br />

O pensar a partir da fé fica subordinado à theologia crucis (“teologia<br />

da cruz”). Não há nada mais tolo do que supor que, numa atitude típica<br />

de orgulho gnóstico, se possa promover uma theologia gloriae (“teologia<br />

da glória”). O pensar na fé está consciente da fragmentariedade de seus<br />

esforços. Nunca está concluído, mas permanece em movimento rumo ao<br />

alvo final, que alegres aguardamos, na esperança. A visão de Deus e, com<br />

isto, a percepção plena de todos os seus caminhos e obras estão reservados<br />

ao ser humano da ressurreição, no novo mundo de Deus. E mesmo<br />

assim, a fé não pode senão pedir, já neste mundo, um olhar iluminado de<br />

entendimento. Tal meta-noética não passa de antegosto de bens futuros.<br />

Mas como poderíamos ter certeza do que é vindouro, se não recebermos<br />

já agora, na fé, o início de sua concretização?<br />

9<br />

Revista Luterana 2010 gráfica.indd 9 8/4/2010 18:42:07

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