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As instalações permanentes<br />
O<br />
poder público das três esferas arcou<br />
com to<strong>do</strong>s os gastos das instalações<br />
esportivas permanentes,<br />
e os prédios da Vila Pan-americana<br />
foram ergui<strong>do</strong>s em parceria da Caixa Econômica<br />
Federal – que financiou quase a totalidade<br />
da construção – com a iniciativa privada, representada<br />
pela construtora Agenco. União, Esta<strong>do</strong><br />
e prefeitura investiram na construção de oito<br />
instalações e na reforma de cinco já existentes.<br />
Os projetos destes equipamentos foram desenvolvi<strong>do</strong>s<br />
por empresas contratadas pelos<br />
governos. Já o CO-Rio trabalhou como um<br />
consultor nas obras, fazen<strong>do</strong> a ponte com as<br />
federações internacionais esportivas, que forneciam<br />
as especificações técnicas necessárias<br />
para a adequação <strong>do</strong> projeto às modalidades<br />
de competição. O objetivo deste modelo era<br />
garantir que as instalações atenderiam às necessidades<br />
de seu usuário nos Jogos, ou seja,<br />
o Comitê, e que corresponderiam às especificações<br />
exigidas. Algumas foram homologadas<br />
por técnicos indica<strong>do</strong>s pelas federações internacionais<br />
que vieram ao Brasil especialmente<br />
para a tarefa. No caso <strong>do</strong> Estádio João Havelange,<br />
por exemplo, um consultor da Federação<br />
Internacional de Atletismo participou até da<br />
elaboração <strong>do</strong> projeto básico. A construção <strong>do</strong><br />
Centro Nacional de Hipismo também foi acompanhada<br />
de perto por pessoas indicadas pelas<br />
federações das duas modalidades que nele seriam<br />
praticadas (hipismo e pentatlo moderno).<br />
Outras instalações foram homologadas pelo<br />
delega<strong>do</strong> técnico indica<strong>do</strong> pela Odepa dias<br />
antes <strong>do</strong> início <strong>do</strong>s Jogos. Uma dificuldade<br />
comum a vários equipamentos esportivos foi<br />
a ausência de know-how para alguns deles<br />
no Brasil. É o caso de obras complexas como<br />
a cobertura metálica <strong>do</strong> Estádio João Havelange,<br />
que teve supervisão de uma empresa<br />
de engenharia portuguesa responsável pela<br />
montagem da cobertura <strong>do</strong> Estádio da Luz,<br />
em Lisboa. Outros exemplos são o Centro de<br />
Hóquei sobre Grama de Deo<strong>do</strong>ro, o primeiro<br />
campo deste esporte em solo brasileiro, e o<br />
Velódromo da Barra, o primeiro coberto e com<br />
pista de madeira no País.<br />
As instalações temporárias<br />
N<br />
a maioria <strong>do</strong>s casos, o nível das<br />
instalações temporárias, chamadas<br />
de overlays, foi elogia<strong>do</strong>, e<br />
deve-se registrar que não houve<br />
nenhum problema com os locais sob responsabilidade<br />
<strong>do</strong> governo federal. Mas houve<br />
contratempos em outros locais durante<br />
o Pan. O caso mais sério, em que o calendário<br />
esportivo chegou a ser afeta<strong>do</strong>, foi o<br />
da Cidade <strong>do</strong> Rock. Também houve problemas<br />
menos sérios no Morro <strong>do</strong> Outeiro e nas<br />
montagens <strong>do</strong>s estádios de Remo da Lagoa<br />
e João Havelange.<br />
Os projetos básicos das montagens provisórias<br />
começaram a ser desenvolvi<strong>do</strong>s pelo CO-<br />
Rio em junho de 2005, com consultoria da MI<br />
Associates, e foram submeti<strong>do</strong>s aos governos<br />
em maio de 2006. A área funcional de Instalações<br />
<strong>do</strong> Comitê não tinha experiência na elaboração<br />
de editais de licitações, o que, em<br />
geral, resultou em projetos que não atendiam<br />
às especificações necessárias. Técnicos <strong>do</strong>s<br />
governos precisaram dar ao grupo noções<br />
para a elaboração desse tipo de <strong>do</strong>cumento.<br />
Os projetos passaram por vários ajustes. “Foi<br />
fundamental o apoio <strong>do</strong>s governos nesta seara”,<br />
reconhece Luís Henrique Ferreira, gerente<br />
de Instalações <strong>do</strong> CO-Rio.<br />
Os três entes governamentais e o Comitê discutiram<br />
as alterações até setembro de 2006,<br />
no caso <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e da União, e até dezembro<br />
de 2006, no caso da prefeitura. Começaram<br />
então os processos de licitação para<br />
escolher as empreiteiras. Depois das concorrências,<br />
o CO-Rio pediu um prazo para que<br />
suas áreas funcionais – usuários das instalações<br />
durante os Jogos – solicitassem mais<br />
ajustes. Só a partir da versão final <strong>do</strong> projeto,<br />
elaborada pela equipe de Instalações<br />
<strong>do</strong> Comitê, as obras poderiam começar.<br />
“Projetar uma instalação temporária para os<br />
Jogos não é como projetar um edifício. Não<br />
basta pensar, criar e desenhar”, explica John<br />
Baker. “Toda área funcional determina seu nível<br />
de serviço. O projeto da instalação tem<br />
de vir daí. Entregar a <strong>do</strong>cumentação para os<br />
governos requer que as necessidades das<br />
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