Volume 2 - Ministério do Esporte

O novo modelo passa no teste
A
segurança das autoridades e dos
demais participantes dos grandes
encontros internacionais realizados
no Brasil sempre foi entregue, por
tradição, ao Exército.
A Conferência das Nações Unidas para o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco 92, que
na ocasião reuniu o maior número de chefes
de estado e de governo da história, é apenas
um dos grandes exemplos em que isso ocorreu.
Com a eficiência habitual, os militares garantiram
um ambiente tranqüilo neste e em todos
os outros eventos.
Por isso, era previsível, até mesmo natural,
que a decisão do governo federal de entregar
a coordenação dessa tarefa, nos Jogos Pan e
Parapan-americanos, ao Ministério da Justiça
e não às Forças Armadas, causasse, no início,
alguma dúvida em parte da opinião pública.
Mas os resultados positivos e a inexistência na
prática de uma ocorrência relevante relacionada
ao Rio 2007 provaram que a decisão foi
acertada. A tese adotada foi a de que a lógica
do policiamento deveria ser condizente com as
políticas federais descritas no Sistema Único
de Segurança Pública (Susp).
Na prática, os Jogos serviram como palco
para o início da implantação do projeto de segurança
cidadã, desenvolvido pelo Ministério
da Justiça a partir do início do primeiro mandato
do presidente Lula.
As ações incluíam
manobras ousadas
como desembarques
em estádios e rodovias
Um dos principais defensores da nova política,
Luiz Fernando Corrêa, titular da Secretaria Nacional
de Segurança Pública (Senasp) no período
do Pan e hoje diretor geral da Polícia Federal,
explica como funcionou o sistema. “Os Jogos
deram visibilidade a um trabalho de articulação
da segurança que vínhamos realizando. Mostrou
que nossas idéias são viáveis: integrar as
instituições dos três níveis de administração
e equilibrar prevenção e repressão, trazendo
conceitos novos como menos letalidade,
polícia não fortemente armada dentro das
instalações e policiamento intenso, com visi-
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