Volume 2 - Ministério do Esporte

A Senasp articula os diversos órgãos de segurança
A
principal função da Secretaria Nacional
de Segurança Pública (Senasp)
no planejamento das operações
de segurança dos Jogos foi a
de articular as diferentes instituições, que até
então pouco travavam contato entre si, dos
três níveis de governo – estadual, municipal e
federal. Para integrá-los, a Secretaria concebeu
e formou uma espécie de conselho, um
comitê de planejamento da segurança dos
Jogos, formado por representantes indicados
por cada órgão. Reunido sob a orientação da
Senasp, o comitê realizou o planejamento macro
da segurança dos Jogos, em reuniões periódicas,
desde o início de 2006.
A Secretaria distribuiu incumbências e, a partir
daí, os representantes planejaram suas próprias
ações, com liberdade e autonomia, para
cumprir as missões estabelecidas. O coronel
Samuel Dionizio, da Polícia Militar do Rio de
Janeiro, que esteve à frente das operações do
estado durante o Pan, elogia a pouca interferência
da Secretaria nas funções de cada órgão:
“Era um trabalho conjunto. Usamos a metodologia
de deixar cada equipe desenvolver
seu trabalho. E isso só pôde ser feito porque
a Senasp ditou quem faria e o quê. E em momento
algum ela influenciou na nossa atuação.
Confiou no trabalho que estava sendo feito.
Credito a esta atuação da Secretaria Nacional
de Segurança Pública o sucesso da segurança
do Pan. Infelizmente, alguém precisa gerir as
vaidades. E um dos papéis fundamentais da
Secretaria foi este”.
A tarefa de estimular o diálogo entre as diferentes
forças de segurança é complexa e
requer habilidade, já que se trata de tentar
quebrar barreiras culturais arraigadas, como
a pouca relação, e em alguns casos até desavenças,
que estes poderes mantêm entre
si. Além disso, há também outro componente
histórico: o temor que estas instituições sentem
de serem invadidas em suas atribuições. A
estratégia do governo de desembarcar no Rio
a Força Nacional de Segurança poderia gerar
preocupações desta natureza e ainda arranhar
vaidades. Não é exagero dizer, portanto, que
Foto: Bruno Carvalho / Ministério do Esporte
a Secretaria cumpriu com maestria a função
à qual se propôs para os Jogos, já que as rivalidades
foram eliminadas e o planejamento,
realizado com sucesso. Para Rivaldo Barbosa,
chefe de Inteligência da Polícia Civil do Rio e
representante da corporação no conselho de
planejamento, o grande legado deixado pelos
Jogos foi a aproximação entre policiais militares
e civis no Estado do Rio de Janeiro: “A
ligação que fiz com a Polícia Militar não tem
preço. Agora, para sentar e conversar ficou
muito mais fácil. Hoje a gente sabe que supera
qualquer divergência e entra em acordo.”
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