Volume 2 - Ministério do Esporte

A energia do sol, o símbolo do Pan
O
sol, símbolo dos XV Jogos Panamericanos,
foi a fonte de inspiração
da equipe de cenografia
ao criar o palco da cerimônia de
abertura e a Pira Pan-americana. Foram planejados
também efeitos especiais para marcar
a união entre o fogo e a água no momento
em que a pira fosse acesa. As idéias da
equipe de criação eram inovadoras e aliavam
elementos da natureza à modernidade, em
sintonia com o restante do projeto. Porém,
novamente, a equipe artística esbarrava na
questão financeira. Não havia previsão orçamentária
para estes itens, que chegavam a
R$ 7 milhões. Faltava verba para fazer o sol
brilhar. Do projeto básico da pira, cerca de
R$ 900 mil estavam garantidos com a efetivação
do convênio de janeiro que subsidiava
o Núcleo de Gerenciamento, mas o valor
era insuficiente para a dimensão da festa. A
expectativa de captação de patrocínio para
financiar o valor restante da Pira Pan-americana,
cerca de R$ 3 milhões, só foi viabilizada
um mês antes do evento.
O governo do Estado do Rio de Janeiro sinalizou
que não poderia arcar com a produção
dos palcos, elementos cenográficos
e geradores de energia necessários para a
operação. Com a ameaça de faltar um cenário
para apresentação dos artistas e, principalmente,
o elemento onde seria abrigada a
Chama Pan-americana, um sinal de alerta foi
dado pela equipe. Para solucionar a questão,
foi determinante a integração entre os governos
federal e estadual. Existia a previsão de
repasse de R$ 17 milhões da União ao Estado
para execução de peças de comunicação
e marketing dos Jogos.
Para garantir as cerimônias, as duas partes
acordaram que o governo federal realocasse
parte desta verba, R$ 10 milhões, para
a construção da pira e dos três palcos – o
central, o da pira e o da orquestra –, além
de outra série de adequações que precisava
ser feita no Maracanã. Entre a idéia inicial e
a concepção final do palco, foram três meses
de estudo. Já a pira levou cinco meses
para ficar pronta. A estrutura foi construída
pela mesma empresa australiana que desenvolveu
as peças de Sydney, em 2000, e
de Atenas, em 2004. Para diminuir o custo,
o grande objeto foi colocado próximo ao público,
ao invés de no topo, como tradicionalmente
é feito. Sua imponência e seu calor
foram sentidos por todos que compareceram
ao Maracanã.
A parceria com o governo estadual também
foi crucial para garantir o abastecimento
contínuo da chama durante os Jogos. O
Ministério do Esporte intermediou contato
entre o CO-Rio e a Liquigás, subsidiária da
Petrobras. Nas negociações, ficou definido
que o Governo do Estado do Rio e o Comitê
Organizador dos Jogos encontrariam
um local na cidade em que a empresa possa
expor a pira como uma instalação artística
permanente, um eterno presente à população
do Rio.
A Liquigás investiu em tubulações, equipamentos
de segurança, vaporizadores, reservatórios
móveis estacionários, sistemas de
combate a incêndio e vários outros acessórios
que possibilitaram a construção do
equipamento. Para manter a chama acesa
durante as duas semanas do Pan, foram usadas
261 toneladas de gás, irradiado a uma
temperatura que variava de 100 a 400ºC. “Foi
muito positiva a participação da Liquigás
nos Jogos. Nos sentimos orgulhosos de estar
presentes na realização do maior evento
esportivo das Américas, os jogos Pan-americanos
e os Jogos Parapan-americanos, e
por manter acesa a chama, símbolo máximo
da competição, por todo o período do Pan”,
disse Antônio Rubens da Silva Silvino, presidente
da empresa.
O governo do Estado também auxiliou na
administração do cronograma das modificações
realizadas no estádio e dos ensaios dos
voluntários. Para isso, algumas partidas do
Campeonato Brasileiro tiveram suas datas e
locais alterados, em acordo com a Confederação
Brasileira de Futebol (CBF).
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