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Um palco nobre para o Parapan<br />
O<br />
espetáculo assisti<strong>do</strong> no mês de<br />
agosto de 2007 começou a ser<br />
idealiza<strong>do</strong> antes mesmo de o Brasil<br />
oficializar sua candidatura para<br />
ser a sede <strong>do</strong>s Jogos Pan-americanos. Em<br />
2001, foi realiza<strong>do</strong> um primeiro contato entre o<br />
Comitê de Candidatura, o embrião <strong>do</strong> CO-Rio,<br />
e o CPB. A intenção era avaliar a possibilidade<br />
de realizar o Parapan no Brasil e firmar uma<br />
parceria para encontrar o caminho mais viável<br />
para se concretizar esse sonho. A receptividade<br />
foi imediata. Era a oportunidade ideal<br />
para desenvolver o esporte adapta<strong>do</strong> no País<br />
e de popularizar a sua prática. A intenção era<br />
despertar a atenção das pessoas com deficiência<br />
para suas potencialidades, minimizar o<br />
preconceito e promover a inclusão social. No<br />
mesmo ano, Carlos Roberto Osório, que viria<br />
a ser secretário geral <strong>do</strong> Comitê Organiza<strong>do</strong>r,<br />
participou da Assembléia Geral <strong>do</strong> Comitê Paraolímpico<br />
das Américas. Na ocasião, fez uma<br />
exposição sobre o interesse <strong>do</strong> Comitê de<br />
Candidatura de organizar o Parapan, caso o<br />
Rio vencesse a disputa. Estava plantada a semente<br />
que transformou o conceito <strong>do</strong>s Jogos<br />
Parapan-americanos no continente.<br />
Em agosto de 2002, a Cidade Maravilhosa<br />
conquista o direito de abrigar o Pan de 2007. A<br />
alegria pela vitória foi seguida pela certeza de<br />
que havia muito trabalho pela frente. No caso<br />
<strong>do</strong> Parapan, havia um complica<strong>do</strong>r. Em 2002,<br />
apenas uma competição nestes moldes havia<br />
si<strong>do</strong> organizada nas Américas, o Parapan<br />
da Cidade <strong>do</strong> México, em 1999. Não existia,<br />
portanto, um modelo a ser copia<strong>do</strong> e nenhum<br />
parâmetro comparativo para ser aprimora<strong>do</strong>,<br />
como no Pan. O grande quebra-cabeça <strong>do</strong><br />
Parapan começaria <strong>do</strong> zero. Neste momento,<br />
a parceria com as entidades paraolímpicas foi<br />
de extrema importância. Era preciso fazer um<br />
levantamento de números, definir o programa<br />
esportivo e até mesmo o número de atletas e<br />
equipes que disputariam cada modalidade. As<br />
soluções para estas e outras questões foram<br />
estudadas e sugeridas pelo CPB e APC.<br />
A relação <strong>do</strong> movimento paraolímpico com os<br />
organiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s Jogos foi cordial. O APC<br />
detinha vaga no Conselho Executivo <strong>do</strong> CO-<br />
Rio, órgão que reunia representantes <strong>do</strong>s governos,<br />
<strong>do</strong> Comitê Olímpico Brasileiro (COB)<br />
e das confederações desportivas. Porém, a<br />
participação <strong>do</strong> APC dentro <strong>do</strong> conselho era<br />
apenas consultiva.<br />
O CO-Rio foi dividi<strong>do</strong> em onze gerências. Cada<br />
uma tinha o seu gestor. Não havia uma exclusiva<br />
para o Parapan. O movimento tinha suas<br />
demandas coordenadas pela gerência de <strong>Esporte</strong>s,<br />
numa área funcional denominada Integração<br />
Parapan. Essa estrutura, que na avaliação<br />
de dirigentes <strong>do</strong> APC não tinha autonomia<br />
e poder hierárquico iguais aos das gerências,<br />
fazia a interlocução com as outras áreas. Com<br />
o crescimento das demandas e serviços <strong>do</strong><br />
Pan, se tornou um projeto acopla<strong>do</strong> ao evento<br />
anterior. Só em abril de 2007, por sugestão<br />
<strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> <strong>Esporte</strong>, foi criada no CO-Rio<br />
uma gerência específica para o Parapan. Ricar<strong>do</strong><br />
Gomes, especialista em organização de<br />
eventos, assumiu a área.<br />
Apesar <strong>do</strong> inegável sucesso <strong>do</strong> Parapan Rio<br />
2007, o APC espera que o modelo de execução<br />
e gerenciamento seja repensa<strong>do</strong> caso o<br />
Brasil conquiste o direito de abrigar os Jogos<br />
Olímpicos. Para a instituição, a nomeação de<br />
um gestor específico desde o início <strong>do</strong> planejamento<br />
seria a melhor forma de conduzir o<br />
projeto, pois possibilitaria uma melhor interação<br />
com as outras gerências gerais <strong>do</strong> comitê<br />
organiza<strong>do</strong>r e facilitaria resoluções <strong>do</strong>s<br />
problemas. Uma competição paraolímpica<br />
tem peculariedades técnicas que devem ser<br />
consideradas, como acessibilidade e a avaliação<br />
funcional. No caso da Paraolimpíada, as<br />
demandas são consideravelmente maiores, à<br />
medida que é a maior competição <strong>do</strong> desporto<br />
<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Na China o programa teve 20<br />
modalidades e a participação de 147 países.<br />
“Se formos vitoriosos para abrigar os Jogos<br />
Olímpicos, o esporte paraolímpico certamente<br />
terá uma gerência própria, com a estrutura<br />
necessária para desenvolver um espetáculo<br />
esportivo à altura da sua importância”, afi rma<br />
o presidente <strong>do</strong> COB e <strong>do</strong> CO-Rio, Carlos Arthur<br />
Nuzman.<br />
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