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O setor de Tecnologia <strong>do</strong> Pan Rio 2007<br />
O<br />
s fatos históricos resgata<strong>do</strong>s na<br />
primeira parte deste capítulo remetem<br />
ao fato inquestionável de<br />
que a tecnologia possui papel<br />
central e decisivo em qualquer competição<br />
esportiva de padrão internacional organizada<br />
nos dias de hoje. No caso <strong>do</strong> Pan Rio 2007,<br />
os investimentos feitos pelo governo federal<br />
e o suporte técnico forneci<strong>do</strong> ao CO-Rio<br />
pelo Ministério <strong>do</strong> <strong>Esporte</strong> fizeram <strong>do</strong> setor<br />
um exemplo de eficiência, com desempenho e<br />
resulta<strong>do</strong> já assumi<strong>do</strong>s como referências para<br />
as próximas edições desses Jogos. Desde o<br />
início <strong>do</strong> planejamento, foram a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s níveis<br />
de excelência e de controle compara<strong>do</strong>s aos<br />
das melhores Olimpíadas organizadas recentemente,<br />
como Barcelona 1992, Sydney 2000<br />
e Atenas 2004.<br />
A Comissão de Tecnologia <strong>do</strong>s Jogos era formada<br />
por representantes <strong>do</strong>s três níveis de governo<br />
(União, Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio e Prefeitura) e <strong>do</strong><br />
CO-Rio. Coordenada pela Secretaria <strong>do</strong> Comitê<br />
de Gestão Federal Rio 2007 (Sepan/ME),<br />
tinha a missão de centralizar as informações e<br />
administrar os trabalhos na área. A organização,<br />
o funcionamento e o controle técnico e financeiro<br />
de uma estrutura tão complexa e multifacetada<br />
foram viabiliza<strong>do</strong>s com a a<strong>do</strong>ção da<br />
proposta <strong>do</strong> governo federal de agrupar os 23<br />
eixos de compra de equipamentos e serviços<br />
em três blocos de concorrência e de contrato:<br />
o de Integra<strong>do</strong>r de Tecnologia, o de Telecomunicações<br />
e o de Serviços de Áudio, Vídeo, TV a<br />
Cabo, Cabeamento e Complementares.<br />
Na avaliação inicial <strong>do</strong> Comitê Organiza<strong>do</strong>r,<br />
feita em 2004 a partir da Estrutura Analítica<br />
<strong>do</strong> Projeto de Tecnologia (EAP), havia 25 itens<br />
diferentes para compra ou contratação, de<br />
computa<strong>do</strong>res e softwares a serviços de áudio<br />
e vídeo, passan<strong>do</strong> por equipamentos de telefonia,<br />
serviços de tradução, celulares e fibra<br />
ótica, entre outros. Mais tarde, esses 25 itens<br />
foram transforma<strong>do</strong>s em 23. Cada um desses<br />
blocos seria atendi<strong>do</strong> por uma empresa,<br />
em um modelo sem subcontratos ou grupos<br />
priva<strong>do</strong>s integra<strong>do</strong>res de serviços. To<strong>do</strong>s os<br />
compromissos seriam executa<strong>do</strong>s e administra<strong>do</strong>s<br />
pelo CO-Rio. Havia, no entanto, a preocupação,<br />
no Ministério <strong>do</strong> <strong>Esporte</strong>, de que este<br />
primeiro modelo, com tantas frentes de ação,<br />
produzisse contratempos de administração e<br />
de logística a pouco mais de <strong>do</strong>is anos <strong>do</strong> início<br />
das disputas.<br />
Correr o risco não seria a decisão mais prudente.<br />
“O Ministério avaliou que a Sepan e o<br />
CO-Rio não teriam capacitação para fazer o<br />
papel <strong>do</strong> Integra<strong>do</strong>r. A tarefa era extremamente<br />
complexa, multifacetada, com diversidade<br />
técnica abrangente e prazos delimita<strong>do</strong>s. Exigia,<br />
portanto, um trabalho muito especializa<strong>do</strong>”,<br />
explica o assessor de Tecnologia da Sepan,<br />
Pedro Varlotta. Por isso, em abril de 2005,<br />
após estu<strong>do</strong>s e análises, o Ministério <strong>do</strong> <strong>Esporte</strong><br />
e o CO-Rio decidiram a<strong>do</strong>tar o modelo<br />
consagra<strong>do</strong> nas últimas competições de grande<br />
porte em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Os 23 itens <strong>do</strong><br />
setor de Tecnologia foram agrupa<strong>do</strong>s em três<br />
grandes blocos, um deles o Integra<strong>do</strong>r de Tecnologia,<br />
que harmonizaria sozinho as ações da<br />
maior parte <strong>do</strong>s contratos e serviços <strong>do</strong> setor.<br />
Há outro da<strong>do</strong> importante: para evitar erros de<br />
cálculo e compras desnecessárias com dinheiro<br />
público, o modelo a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> embutia a filosofia,<br />
igualmente nova, de contratar serviços,<br />
metas, objetivos – e não simplesmente produtos<br />
ou compras. A empresa vence<strong>do</strong>ra da licitação<br />
para o Integra<strong>do</strong>r gerenciaria os contratos<br />
com os fornece<strong>do</strong>res subcontrata<strong>do</strong>s, a <strong>do</strong><br />
segun<strong>do</strong> bloco implantaria os serviços de Telecomunicações<br />
e o terceiro seria forma<strong>do</strong> por<br />
empresas com funções compatíveis e complementares,<br />
que fornecessem todas as funções<br />
de áudio e de vídeo <strong>do</strong>s Jogos, contratadas<br />
através de licitação pelo Ministério <strong>do</strong> <strong>Esporte</strong>.<br />
“Com apenas três grandes pacotes, o custo<br />
àquela altura seria menor. Além disso, não<br />
havia mesmo tempo para fazer todas aquelas<br />
contratações de forma segmentada”, pondera<br />
o gerente de Tecnologia <strong>do</strong> CO-Rio, Alexandre<br />
Techima. “Nos Jogos Olímpicos, costuma-se<br />
fazer as contratações para o aparato tecnológico<br />
com três anos e meio de antecedência.<br />
Estávamos a <strong>do</strong>is anos de um evento de grande<br />
porte”, explica.<br />
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