Volume 2 - Ministério do Esporte

A logística
O
empenho e a determinação de
todos os envolvidos fizeram com
que o projeto de cerimônias obtivesse
notáveis avanços. No fi -
nal de junho, todos os fi gurinos e adereços
estavam prontos. Faltava transferi-los dos
galpões da Cidade do Samba para estocálos
no Maracanã. O trajeto era curto, apenas
sete ruas separavam a origem e o destino do
material. Mas no caminho ocorreram muitos
imprevistos.
Ao contrário do que ocorre no Carnaval, quando
as ruas são fechadas para a passagem dos
carros alegóricos, a ida das grandes alegorias
da Cidade do Samba ao complexo do Maracanã
não contava com nenhum esquema especial
de trânsito. O transporte era feito no início
da madrugada. Para manter o sigilo, os carros
eram cobertos com lona preta.
O curioso esquema chamou a atenção de uma
patrulha policial. A autoridade deu ordens para
parar o caminhão que transportava alguns dos
“burrinhos”, elementos cenográficos das festas
populares, na rua José Eugênio, a menos
de um quilômetro do estádio. Sem nenhum
documento que comprovasse sua vinculação
com as cerimônias do Pan, os “burrinhos”
quase foram apreendidos pelos policiais. Por
mais que o condutor tentasse explicar, os policiais
militares exigiam a nota fiscal da alegoria
para liberá-lo. “Obviamente não existe nota fiscal
de carro alegórico. Existem notas do arame,
das fitas, dos tecidos, das rodas, de todo
material que foi utilizado para confeccioná-lo”,
diz Jacqueline Barros, assistente da Gerência
de Cerimônias da Sepan. A equipe do Ministério
do Esporte acionou a Força Nacional de
Segurança, a Polícia Federal e o Comando
Militar do Rio de Janeiro (CMRJ). Muitos telefonemas
depois, os burrinhos puderam seguir
seu rumo, agora escoltados pela mesma
patrulha que os detivera. Para evitar outros
trasntornos, um selo Rio 2007 foi criado para
os caminhões.
O transporte das alegorias era feito em marcha
lenta. Apesar da atenção, uma das cobras
utilizadas no segmento da natureza bateu de
frente com um poste. Com a batida, parte da
imensa fantasia se quebrou, perdendo a cabeça.
Um grande corre-corre se fez para ressuscitar
a alegoria.
Foto: Ronaldo Smoleanschi / CO-Rio
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