Volume 2 - Ministério do Esporte

O esporte como reabilitação
A
origem do paraolimpismo remonta
à luta de uma legião de veteranos
vitimados pela Segunda Guerra
Mundial para se adaptar à nova
condição. Muitos combatentes sofreram lesões
na coluna vertebral e ficaram paraplégicos
ou tetraplégicos. Era preciso reaprender
a viver. Este desafio motivou o neurocirurgião
alemão Ludwig Guttmann a utilizar o esporte
como instrumento de reabilitação médica e
social dos veteranos de guerra. No início do
século 20 também houve atividades esportivas
para deficientes auditivos e iniciação em natação
e atletismo para deficientes visuais. Mas
o alemão Guttmann foi o primeiro a promover
competições entre pessoas com deficiência.
Tudo começou no Centro Nacional de Lesionados
Medulares de Stoke Mandeville, uma
pequena e simpática vila no sudeste da Inglaterra.
Com apenas 16 veteranos de guerra, a
primeira competição para atletas com deficiência
foi organizada na cidade, no dia 29 de
julho de 1948, não por acaso a mesma data
da cerimônia de abertura das Olimpíadas de
Londres. Quatro anos depois, os atletas holandeses
também passaram a competir em
Stoke Mandeville. Assim surgia o movimento
Reabilitado pelo
esporte, Ariosvaldo
Silva conquistou
dois ouros e uma
prata no Parapan
internacional, hoje denominado movimento
paraolímpico. A primeira Paraolimpíada foi realizada
em Roma, em 1960. Desde Seul, em
1988, ocorrem no modelo que conhecemos
hoje, logo após os Jogos Olímpicos e na mesma
cidade-sede. Pequim recebeu a 13ª edição
da Paraolímpiada.
O esporte paraolímpico chegou ao Brasil em
1958. No dia 1º de abril daquele ano, no Rio
de Janeiro, o cadeirante Robson Sampaio de
Almeida, em parceria com Aldo Miccolis, fundou
o Clube do Otimismo. Em julho do mesmo
ano, o também cadeirante Sérgio Seraphin
Del Grande criou o Clube dos Paraplégicos
de São Paulo. Eles tiveram a idéia de trazer
o esporte paraolímpico para o Brasil quando
foram se tratar de lesões em hospitais dos
Estados Unidos. Robson e Sérgio tiveram a
oportunidade de presenciar a prática esportiva
de pessoas em cadeiras de rodas, principalmente
no basquete.
No caso de Del Grande, quem mais o incentivou
foi Jeyne Kellog, atleta do time Pan Am Jets,
versão paraolímpica da equipe de basquete
Harlem Globe Troters, conhecida no mundo
inteiro pelos malabarismos e acrobacias rea-
Foto: Bruno Carvalho / Ministério do Esporte
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