Volume 2 - Ministério do Esporte

A Polícia Federal e suas atribuições
A
Polícia Federal (PF) foi a última instituição
a aderir de maneira mais
incisiva na preparação dos Jogos,
em novembro de 2006. Até então,
poucas demandas da PF haviam sido repassadas
à Senasp. Uma das conseqüências da
demora foi que se tornou o último órgão a receber
recursos do orçamento dos Jogos para
a segurança, em março e abril de 2007.
A responsabilidade pelo planejamento das
operações deste órgão ficou a cargo de sua
Coordenadoria Geral de Defesa Institucional
(CGDI). Para o chefe da coordenadoria, delegado
Daniel Sampaio, o motivo da demora da
PF em aderir ao plano foi o “excesso de atribuições”
da instituição.
Algumas obrigações do órgão não foram postas
em prática porque os Jogos transcorreram
com tranqüilidade no quesito segurança, como
a atuação em ocorrências com explosivos ou
crises de reféns. A PF atuou com mais ênfase
na segurança de autoridades, dirigentes e
atletas e na coordenação das ações de polícia
marítima e de fronteiras, incluindo a recepção
no Aeroporto Internacional Tom Jobim, além
de varreduras antibomba nas instalações esportivas
e não esportivas.
Se tivesse entrado com mais antecedência
e de forma mais ativa nos Jogos, a Polícia
Federal poderia ter se planejado melhor.
É o que explica o coordenador geral de Defesa
Institucional: “Entramos tardiamente, mas buscamos
capacitar nosso pessoal. Promovemos
cursos em cinco regiões do País. Quase todos
os policiais envolvidos participaram do curso
de segurança de dignitários. Tivemos de treinar
agentes no manejo de fuzil e pistola”, diz
Daniel Sampaio.
Outra conseqüência é que a PF não conseguiu
comprar alguns dos equipamentos que pretendia.
A solução, segundo o delegado Sampaio,
foi redistribuir armamentos dos próprios
policiais para os que atuariam nos Jogos. A
demora fez com que ficasse fora do planejamento
um local de trabalho para os policiais
federais na Vila Pan-americana. Os agentes foram
alojados em contêineres cujas condições
foram alvo de protesto de entidades de classe
ligadas aos policiais.
Cerca de 3 mil policiais federais realizaram
mais de 80 mil operações de transporte durante
os Jogos, entre deslocamento de delegações
e autoridades. E outros 3 mil agentes
estiveram envolvidos em ações de inteligência,
combate ao terrorismo e antibomba.
Segurança de dignitários
Foram utilizados 658 policiais federais na segurança
dos dignitários. Cada ônibus de delegação
levava dois agentes a bordo. Além
disso, foram destacados policiais para acompanhar
as autoridades mais visadas.
Quatro mil viagens de atletas foram realizadas
com segurança. Houve uma ameaça de bomba
contra o ônibus de uma equipe americana de
futebol, e os policiais conduziram o veículo ao
estádio até concluírem que a ameaça era falsa.
Imigração
Uma área foi isolada no Aeroporto Internacional
Tom Jobim para receber atletas e demais participantes
dos Jogos. A operação foi realizada
em conjunto pela Polícia Federal e o CO-Rio. O
atleta passava pela imigração, realizando procedimentos
diferentes dos outros passageiros,
e em seguida se encaminhava para outra sala,
onde já recebia sua credencial antes de ser levado
para o ônibus. O procedimento foi bastante
elogiado. A única dificuldade encontrada
por quem o operava era a mesma que enfrentaram
os policiais responsáveis pelas escoltas:
as delegações nem sempre informavam ao
CO-Rio o horário correto de chegada de seus
vôos, o que influenciava toda a operação.
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