Volume 2 - Ministério do Esporte

O trabalho do Ministério da Justiça
A
dimensão e a localização da Eco 92
eram completamente distintas das
apresentadas pelos Jogos Panamericanos.
Na Eco, os três mil
participantes e todas as atividades estavam
concentrados na Barra da Tijuca e no Aterro
do Flamengo. No caso do Pan, as competições
estariam espalhadas por várias regiões
da cidade e o número de visitantes chegaria
a quase oito mil, se somados apenas atletas e
comissões técnicas.
O ex-secretário da Senasp Luiz Fernando
Corrêa lembra que, para fazer com que o Ministério
da Justiça tomasse para si a responsabilidade
pela segurança dos Jogos, foi necessário
invocar a própria política do governo
federal para a área. “Estávamos legitimados
pelo próprio governo a sair pelo Brasil pregando
aquelas idéias”, lembra Corrêa. “Eu tinha
um programa da Força Nacional e um exercício
de mobilização, integração e cooperação
federativa. Precisava então agregar recursos e
intensificar as práticas rotineiras da Secretaria.
Isso significou uma dedicação exclusiva por
causa da demanda dos Jogos”, afirma Corrêa.
A decisão de adotar o novo caminho na área
de segurança foi sacramentada em dezembro
de 2005. Por isso, as compras de equipamentos
e outros despachos só puderam ser
realizados a partir de janeiro de 2006, um ano
e meio antes da competição, o que, na avaliação
de muitos dos envolvidos com a segurança
dos Jogos, mostrou-se um prazo curto.
A lentidão do segundo, terceiro e demais escalões
dos órgãos de segurança para executar
as ações causou atrasos em alguns procedimentos.
Um deles foi o treinamento de policiais
para a utilização de equipamentos de última
geração adquiridos. “O que realmente nos
atrapalhou foi o processo de convencimento
dos órgãos. Teríamos andado mais rápido se a
liberação dos recursos tivesse mais velocidade”,
avalia o secretário.
Algumas políticas vinham sendo articuladas
com antecedência, sobretudo em relação ao
planejamento das ações. O programa dos
guias cívicos, principal pilar do projeto de segurança
cidadã, começou a ser idealizado em
2005, antes até da oficialização do convênio
com o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud). A parceria foi fundamental
para a realização deste e de mais sete
programas da Secretaria. A Agência Brasileira
de Inteligência (Abin), facilitada pelo fato
de possuir atuação de natureza independente,
também trabalhava na parte que lhe cabia
desde 2003.
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil
Treinamento com arma
não letal para os Jogos:
segurança sem abuso
de atos violentos
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