Volume 2 - Ministério do Esporte

Uma ponte Rio-Pequim
O
pioneirismo brasileiro no desporto
adaptado não se limitou a
realizar o Parapan no modelo já
consagrado das Paraolimpíadas.
Também pela primeira vez, todo o programa
dos Jogos Pan-americanos foi classifi catório
para os Jogos Paraolímpicos. A estratégia
fazia parte do projeto de fortalecer a competição
realizada em solo brasileiro e de contribuir
para fi xar os Jogos Parapan-americanos
como um importante marco no calendário
esportivo internacional.
Pela primeira vez, atletas renomados e campeões
paraolímpicos elevariam o nível de
competição do Parapan. Sendo assim, o Comitê
Paraolímpico das Américas – com apoio
dos governos e do CO-Rio – iniciou um árduo
trabalho de articulação política junto ao
Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) e às
confederações internacionais que administram
o desporto adaptado no mundo. “Realizar
o Parapan não é uma das obrigações
determinadas pela Odepa para a realização
dos Jogos Pan-americanos. Então, precisávamos
convencer os organizadores de Guadalajara
(próxima cidade a sediar o Pan, em
2011) que o Parapan é uma competição de
alto nível para que eles se interessassem em
organizá-la também. E uma disputa de alto
nível se faz com uma boa estrutura e equipes
principais, que só viriam se ele fosse qualifi
catório para os Jogos de Pequim”, explica
Andrew Parsons, presidente do APC.
Foi um grande desafi o convencer os dirigentes
de confederações internacionais de que
o Parapan do Rio era um grande momento e
que merecia apoio institucional. As negociações
para conseguir o apoio da comunidade
esportiva duraram um ano. Neste período, foi
apresentado o investimento brasileiro para
realizá-lo e a estrutura colocada à disposição
– entre serviços previstos, instalações esportivas
e não esportivas, enfi m, todo o necessário
para que os Jogos fossem um marco
no esporte internacional. Números totais de
atletas no continente, a falta de apoio fi nanceiro
e a necessidade de desenvolvimento do
esporte adaptado nas Américas também foram
argumentos defendidos nos encontros.
A maioria dos mundiais paraolímpicos cobra
taxas caras de participação e, para muitos
comitês paraolímpicos de países das Américas,
ainda é difícil participar de competições
em outros continentes. O Parapan oferecia
passagens, hospedagem, alimentação
e isenção nas taxas de inscrição das modalidades.
Assim, para muitos, tornou-se uma
oportunidade acessível de conquistar uma
vaga para Pequim. Paralelamente, foi realizado
um trabalho conjunto entre IPC, APC e
os Comitês Paraolímpicos dos Estados Unidos
e do Canadá, duas potências esportivas
do paraolimpismo, para que enviassem seus
atletas de ponta ao Rio.
Doze infl uentes confederações internacionais
receberam pedidos para incluir o Rio de Janeiro
na rota de Pequim: Atletismo, Futebol
de 5, Futebol de 7, Judô, Halterofi lismo, Natação,
Tênis de Mesa, Tênis em Cadeira de
Rodas, Voleibol Sentado, Basquete em Cadeira
de Rodas, Bocha e Goalball. Apenas as
duas últimas modalidades não atenderam às
solicitações do APC e, em função de sua decisão,
foram retiradas do programa fi nal dos
Jogos Parapan-americanos.
Paralelamente, o governo federal atuava na
promoção e na divulgação dos Jogos no
continente. Entre as iniciativas para mobilizar
a comunidade esportiva e ampliar informações,
o Ministério do Esporte, o CO-Rio e o
Ministério do Turismo convidaram dois atletas
mundialmente conhecidos para serem os
embaixadores do Parapan: o nadador peruano
Jimmy Eulert e a nadadora canadense
Stephanie Dixon. Um dos objetivos da ação,
além de promover o evento nos respectivos
países, era estimular a vinda de seus compatriotas
para competir no Brasil. Aos 55 anos,
dono de cinco medalhas e com participação
em três Paraolímpiadas, Eulert é dos mais
experientes atletas peruanos em atividade e
desfruta de grande prestígio em toda a América
do Sul.
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