14Nesta estrutura de mercado para as empresas gerarem maior lucro, oupara sobreviverem, adotam algumas ferramentas de gestão que possibilitam alcançar talobjetivo. Dentre as ferramentas de gestão destacam-se as relacionadas às mudanças naorganização do trabalho e nos processos de trabalho. Para melhor entendimento doque seria mudança nessas ferramentas, segue definições das mesmas.A organização do trabalho, independente da estrutura social em queestá inserida, para EID e NEVES (1998) é entendida como o conjunto de práticasarticuladoras de processos de trabalho historicamente determinados, associadas àincorporação da força de trabalho ao capital. Trata-se da especificação dosconteúdos/métodos do trabalho e relações entre os ocupantes de cargos na estruturaorganizacional, com o objetivo de satisfazer diversos requisitos, tais como:tecnológicos, organizacionais, sociais e do indivíduo ocupante do cargo.Historicamente a organização do trabalho apresenta-se em forma demodelos desenvolvidos no campo da administração e gestão da produção como artefatosempregados pelos gestores dos processos de trabalho e de produção para projetar ossistemas de produção e tomar decisões organizacionais. Segundo ZILBOVICIUS(1997), esses modelos apresentam elementos fundamentais para justificar a aplicação detécnicas e princípios que acabam por ser adaptados às condições concretas em que operacada organização produtiva. Assim, pode-se identificar na análise de um modelo deorganização de trabalho três elementos: o conteúdo do trabalho, o método de trabalho eas relações interpessoais numa dada estrutura hierárquica.Já os processos de trabalho, também independentes da estrutura socialem que estão inseridos, segundo MARX (1975), é um processo no qual o homem comsua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza,apropriando-se dos recursos da natureza, imprimindo-lhes forma útil a vida humana.Não transformando apenas o material sobre o qual opera, mas imprimindo ao material oprojeto que tinha em mente, dando-lhe valor-de-uso através do seu modo de operar edos meios de que se utilizou.MARX (1975, p.205) afirma que “no processo de trabalho, a atividadedo homem opera uma transformação, subordinada a um determinado fim, no objetosobre que atua por meio do instrumental de trabalho. O produto é um valor-de-uso, ummaterial da natureza adaptado às necessidades humanas através da mudança de forma”.
15No mesmo sentido, PALLOIX (1982, p. 69) define processo de trabalhocomo “o processo pela qual matérias-primas, ou outros insumos, são transformados emprodutos com valor de uso” através da combinação de três elementos:- atividade humana, ou trabalho, que é posto a funcionar como força de trabalho;- o objeto (matérias-primas, produtos não-acabados) sobre os quais o trabalho atua;- os meios (ferramentas, máquinas) através dos quais o trabalho atua.No entanto, a apropriação de tais ferramentas de gestão não ocorreapenas nas grandes empresas rurais de economia capitalista, mas também na pequenapropriedade rural. Dentre os pequenos produtores rurais brasileiros, estão as famíliasassentadas em projetos de assentamento de reforma agrária. Em muitas vezes, estasfamílias estão vinculadas a movimentos sociais de resistência, no qual se destaca porsua maior visibilidade e atuação o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra(MST), que incentivam a organização de Cooperativas de Produção Agropecuária(CPAs) numa perspectiva de sobrevivência no mercado onde estão inseridos (EID ePIMENTEL, 2001).Por estas famílias perceberem suas dificuldades para atuarem nomercado de forma individual, isolada, a estratégia encontrada, em muitos casos, paraobter a inserção é através da formação de empreendimentos coletivos que pretendem serautogestionários. Com isso verifica-se uma tendência de coexistência da economiacapitalista com uma outra economia geralmente denominada de Economia Solidária ouEconomia Popular e Solidária (CATTANI, 2003).Esta nova economia, cujo referencial teórico encontra-se em processo deconstrução, tem como um dos fatores chave para o seu desenvolvimento a implantaçãode políticas públicas. Pelo fato do Estado ter grande relevância para apoiar nodesenvolvimento desta nova economia, permite-se refletir: se a economia solidáriaestaria sendo regulada para reprodução das relações históricas da caridade e doassistencialismo buscando novamente controlar movimentos sociais ou se estarãocontribuindo na construção da cidadania individual e coletiva através da autonomia e daemancipação (EID, 2003).Importante destacar que para os Empreendimentos de EconomiaSolidária (EESs) há a necessidade de análise de algumas categorias que interferem nodesenvolvimento desta economia, tais como: religiosidade, voluntarismo, caridade,
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