52justamente nestas fábricas fordistas onde mais se empregaram o sindicalismo de massaem prol de melhoria nas condições de trabalho e a representação institucional noscomitês empresariais. Por esta característica as palavras-chave para definir o fordismosão: produzir, consumir e negociar.No entanto, segundo ZILBOVICIUS (1997), a partir da década de 1970há uma mudança do padrão de industrialização e da gestão da força de trabalho.Ocorrem manifestações, organizadas ou não, de recusa, por parte dos trabalhadores , àforma clássica de organização do trabalho. Além disso, os mercados em francocrescimento, com baixo nível de competitividade, produtos estáveis, tecnologiasconsolidadas desde o início do século e pouco dinâmicas, pela constante incorporaçãode novos contigentes de mão-de-obra e expansão dos mercados e dos salários, ou seja, ociclo virtuoso do fordismo, começam a desaparecer. Os mercados se tornam altamentecompetitivos e os mercados financeiros se instabilizam, aprofundando-se a necessidadede competitividade, de qualidade, de flexibilidade, de novo compromisso com a forçade trabalho, de redução de custos.Para o atendimento das demandas de flexibilidade e diversificação dosprodutos, não mais produtos massificados, verifica-se o surgimento dos modelosflexíveis de organização do trabalho, dentre os quais se destacam os modelos italiano,sueco e japonês.2.3.2 Modelos flexíveis – italiano, sueco e japonêsA partir da década de 80, nos países de capitalismo avançado ocorremprofundas transformações no mundo do trabalho, em decorrência da mudança deambiente em que as empresas capitalistas estão inseridas.Para MARX (1997) o modelo de posto de trabalho no qual a lógica doprojeto e da operação da produção tem como base uma seqüência rígida de tarefasdesempenhadas por trabalhadores praticamente fixos a tais postos (modelo clássico),começa a ser substituído por outras abordagens que introduzem maior flexibilidade naorganização do trabalho e, por conseguinte, na resposta do processo produtivo aomercado. As iniciativas de mudança nos diversos modelos incluem aspectos comuns,tais como redução de níveis hierárquicos, arranjos celulares de produção, programas de
53melhoria contínua, melhoria dos processos comunicacionais, autonomia relativa,polivalência, entre outros.Para uma melhor compreensão desse processo de mudança, segue-seuma análise acerca dos modelos italiano, sueco e japonês.O modelo italiano, muitas vezes chamado de experiência italiana, surgeem meados dos anos de 1970, na Terceira Itália (região centro-norte-oriental) como umaalternativa de especialização flexível frente a crise da produção em série do modelotaylorista/fordista do período.Segundo PIORE e SABEL (1984), a notoriedade desta região da Itáliafoi em função do crescimento econômico e da conquista de mercado alcançado numperíodo de recessão. O surto de crescimento industrial foi decorrente de um processo dedescentralização da produção, com o surgimento de uma rede de pequenas e médiasempresas, marcadas por complementariedade e forte cooperação nas relaçõesinterempresariais. A complementariedade e cooperação foram decorrentes de arranjoscooperativos, criando uma rede de subfornecimento através da especialização dasempresas nos diversos ramos do mesmo setor. Embora produzissem em grande partepara as grandes corporações tinham uma significativa autonomia – aliás, muitas delas seconstituíam em cooperativas.Nessa rede de empresas combinam-se trabalho artesanal e inovaçõestecnológicas, constatando-se uma capacidade empresarial inovadora muito grande. Istoproporcionou acesso a mercados cada vez mais exigentes e diversificados possibilitandoaté mesmo exportações, muitas vezes realizadas diretamente pelas pequenas empresas,sem se submeter às grandes corporações italianas.Para FERREIRA et alii (1991) a especialização produtiva regional ocorredevido a existência de alguns condicionantes históricos na região, tais como: fortepresença de movimentos cooperativos, a influência marcante do Partido ComunistaItaliano apoiando pequenas e médias empresas e um forte movimento operário.Na realidade essas empresas eram oficinas que em média empregavamdez trabalhadores. O pequeno porte das empresas possibilitou uma especialização muitogrande, com mão-de-obra qualificada e ágil para atender a mudança na demanda. Estaqualificação era decorrente da concentração espacial e também pelo fato de muitas
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