32continuava total: o trabalhador era livre para escolher as horas e a intensidade do seutrabalho. Essa liberdade só lhe foi tirada pela fábrica”.Desta forma, na cooperação o capitalista detém em suas mãos o poder deselecionar e determinar valores de uso particulares, mas não interfere no processo detrabalho em si, no processo de transformação da matéria-prima em produto. Assim acooperação abre caminho à formação do trabalhador coletivo, no qual cada trabalhadorindividual é apenas parte do todo e uma função do tempo de trabalho social (PALLOIX,1982).A cooperação é a forma fundamental do modo de produção capitalista.Na sua feição simples constitui o germe de espécies mais desenvolvidas de cooperação(manufatura, maquinaria e automação), e coexistindo ao lado delas.2.2.2 Manufatura ou cooperação avançadaA manufatura caracteriza-se, como já enunciado, com o surgimento dasfábricas. Segundo MARX (1975), se origina de dois modos: a) quando são concentradosnuma oficina, sob o comando de um capitalista, trabalhadores de ofícios diversos eindependentes, por cujas mãos tem de passar um produto até o seu acabamento final,onde trabalham simultaneamente em colaboração; b) quando o mesmo capital reúne aomesmo tempo, na mesma oficina, muitos trabalhadores que fazem a mesma coisa ou amesma espécie de trabalho, porém, ao invés de o mesmo artéfice executar as diferentesoperações dentro de uma seqüência, são elas destacadas umas das outras, isoladas,justapostas no espaço, cada uma delas confiada a um artéfice diferente e todasexecutadas ao mesmo tempo pelos trabalhadores cooperantes.Com esta organização do processo de trabalho “a mercadoria deixa deser produto individual de um artéfice independente que faz muitas coisas paratransformar no produto social de um conjunto de artéfices, cada um dos quais realizaininterruptamente a mesma e única tarefa parcial” (MARX, 1975, p.388), no interior deuma seqüência de operações de tarefas sucessivas do artesão.Assim, a manufatura ora introduz a divisão do trabalho num processo deprodução ou a aperfeiçoa, ora combina ofícios anteriores distintos para resultar nummecanismo de produção cujos orgãos são seres humanos. Com isto, pouco a pouco osartéfices perdem seu antigo ofício em toda extensão para a especialização em
33determinada tarefa. Assim, os diversos tipos de trabalho dos velhos ofícios do artesão,tornam-se independentes, surgindo o trabalhador coletivo, a quem o trabalhadorindividual se torna subordinado.Na manufatura as várias atividades de trabalho centralizadas nos ofíciossão decompostas e reorganizadas, introduzindo com isso a divisão do trabalho e afragmentação, embora o artesanato continue sendo a base do trabalho. Assim o artesãotorna-se operário, acarretando um processo de desqualificação técnica e dehiperqualificação da força de trabalho.FREYSSENET, citado por PALLOIX (1982), caracteriza este processoafirmando que a desqualificação do trabalhador no processo de trabalho ocorre pelaperda do seu conhecimento sobre a totalidade do processo de trabalho, cujo controleparcial transfere-se para as mãos do proprietário do capital. Desta forma, é o capitalista,como possuidor dos meios de produção, quem organiza e controla o trabalho dosoperários, sendo os trabalhadores transformados em simples membros de ummecanismo que a ele pertence. Enquanto que a hiperqualificação ocorre quando, sob ocontrole do capitalista, uma minoria dos trabalhadores tornam-se responsáveis pelasistematização e fragmentação do trabalho e pela adaptação das ferramentas, buscando oaumento da eficiência.Nesta divisão do trabalho não há mais a necessidade do trabalhador,durante as diversas operações parciais, em mudar de lugar ou de ferramenta, e nem deinterromper o fluxo de trabalho. Com isto, possibilita-se que as lacunas no dia detrabalho sejam reduzidas, aumentando desta forma a mais-valia relativa. Além disto, oaumento da rotina na realização de mesmas operações possibilita a especialização dacapacidade de trabalho e dos instrumentos de trabalho aumentando a produtividade doprocesso. Com isto, verifica-se que o período manufatureiro estabelece conscientementecomo princípio a diminuição do tempo de trabalho necessário para a produção demercadorias (MARX, 1975).Desta forma, na manufatura o capitalista detém em suas mãos além dopoder de selecionar e determinar valores de uso particulares, a interferência no processode trabalho em si, no processo de transformação da matéria-prima em produto, atravésda expropriação do saber operário, via fragmentação.
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