62vários processos fabris dependendo da conveniência; d) fazer os operários ajudarem-semutuamente, pois um conhece o trabalho do outro.Para garantia do funcionamento das técnicas japonesas, como jámencionado, é necessário desenvolver a motivação nos trabalhadores. Para alcançá-la,segundo WOMACK (1992), no modelo japonês institui-se a estabilização dosfuncionários (os remanescentes do enxugamento da fábrica) via política de empregovitalício. Desta forma, faria sentido investir no aperfeiçoamento contínuo dashabilidades dos trabalhadores, catalisando os benefícios de suas experiências econhecimentos, assim como de seus músculos e consequentemente qualificando-os, oque seria chamado de grupos enriquecidos.Os grupos enriquecidos, segundo FLEURY e VARGAS (1993), éconcebido como uma ampliação do trabalho, via rotação de cargos (revezamento),ampliação horizontal (agrupamento de diversas tarefas de mesma natureza num únicocargo, por exemplo ao invés de montar um único componente, montar vários) eampliação vertical (agrupamento de diversas tarefas de diferentes natureza num únicocargo, por exemplo além da operação em si, ser responsável pela inspeção do produto emanutenção das máquinas), exigindo maior habilidade, autonomia relativa e controle dotrabalhador sobre o trabalho, o que intensifica a exploração do trabalho.Segundo MARX (1997), esta autonomia e controle do trabalho é relativa,pois é fortemente baseada no conceito de responsabilização e polivalência na gestãolocal do posto de trabalho, visto que esta é controlada pela supervisão. Seus graus deautonomia e alcance são bastante restritos e predeterminados por um princípio deprojeto organizacional que limita totalmente a participação dos trabalhadores em suaformulação, sendo assim uma técnica segura para o capital. Desta forma, o método deenriquecimento de cargos seria uma espécie de corretivo para as técnicas tayloristas.Segundo SAYED (2003), para que a flexibilização do aparato produtivose viabilize, é preciso também a flexibilização dos trabalhadores e de seus direitos. Paradispor de uma força de trabalho que atenda às necessidades do mercado consumidor, otoyotismo estrutura-se com um mínimo de trabalhadores, o que é compensado com aampliação das horas extras, com os trabalhadores temporários e com a subcontratação.Entre as técnicas observadas no modelo japonês, a partir da filosofia daprodução enxuta, para dispor da força de trabalho, destaca-se a terceirização. Segundo
63DRUCK (2001), ela surge com o sentido de obter maior redução de custos, na qual asempresas abandonam algumas atividades em favor de fornecedores mais preparados emtermos de custos. Com isto, nestas atividades as empresas passam a ter o papel degerenciar a logística e qualidade dos produtos, atingindo um estado hiperavançado daeconomia capitalista, através do controle financeiro. Desta forma, estabelece-se umarelação comercial entre as empresas, derivando diminuição de custos de produção eenxugamento no quadro de funcionários (demitindo os menos qualificados). A partir datercerização observa-se a precarização do trabalho dos funcionários da empresacontratada e dos funcionários contratados, pelo não pagamento dos direitos trabalhistase distinção no tratamento no interior das fábricas, entre outras.2.3.3 Crítica aos modelos flexíveisBaseado nas modificações que ocorrem no mundo do trabalho,estudiosos defendem a constituição de um ‘novo’ paradigma de organização produtiva.Assim o fordismo e o taylorismo já não são únicos e mesclam-se (coexistem) comoutros processos produtivos (neofordismo e pós-fordismo 14 ), decorrentes dasexperiências da Itália, Suécia e Japão, entre outras.Analisando as empresas capitalistas contemporâneas, FLEURY, citadopor SALERNO (2004, p.22), afirma que “as empresas não estariam tão interessadas noaumento da produtividade, posto que implementem apenas parcial ou limitadamente oque seriam os princípios da escola clássica..., mas, sim, em manter o controle social nafábrica, evitando a eclosão de conflitos, principalmente pelo recurso da rotatividade dotrabalho: os centros de decisões sacrificam a eficiência para evitar problemas com amão-de-obra”, sendo assim o trabalho seria planejado até possibilitar a independênciado processo produtivo em relação ao trabalhador, sendo este uma peça intercambiável.Para esta independência do processo em relação ao trabalhadorSALERNO (2004) atribui o conceito de rotinização. Do ponto de vista do capital podeser interpretada como forma de controlar (reduzir) custos do trabalho e, em um mercadocomprador, dominado por oligopólios, com a possibilidade de repassar aumento decustos para preços de tendência estável em um ambiente social em boa parte14 Considera-se neofordismo quando os modelos buscam revitalizar os princípios da organização clássicado trabalho, e pós-fordistas quando os modelos buscam romper com os princípios dos modelos clássicos.
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