3. ORGANIZAÇÃO E PROCESSOS <strong>DE</strong> TRABALHO EMEMPREENDIMENTOS <strong>DE</strong> ECONOMIA SOLIDÁRIA.Frente à crise do mercado formal de trabalho, como verificado nocapítulo anterior, associado à incapacidade da economia capitalista absorver toda apopulação trabalhadora ativa existente, produz uma inclusão precária ou mesmosituações de exclusão sócio-econômica para o acesso ao trabalho. Desta forma observasea partir dos anos 1980, o (re)surgimento de alternativas de trabalho coletivo parageração de trabalho e renda, dentre elas destaca-se a economia popular e solidária. Como objetivo de serem sustentáveis, alguns empreendimentos de economia solidária(EESs), do mesmo modo que as empresas de economia capitalista, adotam ferramentasde gestão relacionadas à melhorias nos processos de trabalho e na organização dotrabalho.Assim, neste capítulo é apresentado um conceito sobre EconomiaSolidária, destacando seus limites e desafios, quanto a centralidade do trabalho e aqualificação dos trabalhadores. Ainda neste capítulo, caracteriza-se os processos detrabalho e a organização do trabalho nestes tipos de empreendimentos, na qual verificasea predominância da autogestão, dos coletivos de trabalho, o associativismo e ocooperativismo. Em seguida, é apresentado o cooperativismo em seus diferentescontextos, entre eles, o cooperativismo de reforma agrária, através do desenvolvimentodo sistema cooperativo de assentamentos, através da formação de CPAs instaladas nosprojetos de assentamentos do MST.3.1 Economia solidáriaSegundo FRANÇA e LAVILLE (2004, p.31) “a economia é... abordadacomo uma construção sócio-histórica cuja forma atual não corresponde a umarealização final da evolução humana, mas a uma configuração particular que convémsituar em relação àquelas que a precederam”. Para a análise de uma estrutura econômicaPOLANYI (1980) sugere a distinção de quatro comportamentos econômicos:domesticidade (produzir para o próprio usofruto), reciprocidade (trocas personalizadas),redistribuição (armazenamento entre aqueles da recepção e da repartição) e mercado (aoferta do produto por um valor de troca – moeda). Assim, apropriando-se deste conceito
71pode-se verificar a existência de experências econômicas alternativas à economiacapitalista, para subsistência e/ou geração de trabalho e renda aos trabalhadores queestão à margem dela, dentre elas a economia solidária.A economia solidária reside em experiências essenciais no sentido de“emancipação do trabalho desumanizado e desprovido de sentido, na restituição dotrabalhador à condição de sujeito de sua existência, restituição por certo incompleta epassível de retrocessos, mas assim mesmo efetiva e, por isso, decisiva como experiênciahumana” (GAIGER, 2004, p.372).Segundo GAIGER (2004), o solidarismo econômico entre ostrabalhadores possibilita a revitalização dos ideais emancipatórios, de politização e deconvergência das suas diversas expressões, que ocorrem principalmente por seis (6)circunstâncias:a) A presença de setores populares com experiência em práticas associativas,comunitárias ou de classe;b) A existência de organizações e lideranças populares genuínas, enraizadas nosmovimentos de ação direta e nos sistemas de representação dos interesses coletivospróprios àquelas organizações sociais;c) Chances favoráveis para que práticas econômicas associativas sejam compatíveiscom a economia popular dos trabalhadores;d) A presença de entidades e grupos de mediação, aptos a canalizar as demandas dostrabalhadores para alternativas associativas autogestionárias;e) Incidência concreta dos efeitos da redução das modalidades convencionais desubsistência;f) A formação de um cenário político e ideológico que reconheça a relevância dessasdemandas sociais e das alternativas da geração de trabalho e renda.O autor aponta que o solidarismo é visto como forma de produção nãocapitalistae estas formas de organização visam superar a divisão entre o capital e otrabalho (típico do modo de produção capitalista). Para tanto esses empreendimentostêm quatro tipos de causas propulsoras:a) As determinações que pesam sobre a categoria social dos trabalhadores envolvidos,nisto importando uma gama variada de recursos (materiais, profissionais,
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