76d) Capacitação financeira e comercial que certamente não se limita ao manejo dodinheiro, dos custos e benefícios, mas consiste, essencialmente, no desenvolvimentoda capacidade de relacionamento de pessoas, empresas, mercados, estimulandoneles a credibilidade e a confiança em relação à própria capacidade, aos projetos eaos produtos.Todavia, esses quatro aspectos vão além do que se entende comocapacitação. São na verdade processos de formação, no mais amplo, complexo eprofundo significado do termo. Esta magnitude do processo de formação no interior dosEESs possibilita o surgimento de trabalhadores politécnicos 15 .RAZETO (2000) aponta que não se esgotam nestes quatro aspectos osrequisitos educacionais indispensáveis. Faz-se necessário o desenvolvimento decapacidades empresarias, ou seja, à formação empresarial, pois o que o trabalhadorinveste, quando trabalha por conta própria, quando organiza uma micro-empresa e ouquando participa de um EESs, é fundamentalmente a sua força de trabalho, a sua própriacapacidade organizativa, seus conhecimentos, sua criatividade, suas relações sociais eseu patrimônio pessoal. E o risco não é o capital externo, mas o próprio tempo, seuesforço, sua subsistência e sua própria vida.Desta forma, a educação popular tende ir ao encontro dos que já vivem efazem parte dos setores populares excluídos e marginalizados. Trata-se, em síntese defacilitar a subsistência, contribuindo para tornar mais eficientes às iniciativas eexperiências da economia popular em suas variadas formas e de facilitar a solidariedadepotencializando aquela racionalidade especial de economia e de solidariedade que demaneira germinal e insipiente, é portadora da mesma economia solidária.No entanto, um fato observado é o isolamento dos empreendimentos, nãohavendo freqüentemente vínculos econômicos entre eles. Com isto verifica-se que aoterem que se adaptar ao mercado gera sacrifícios, renúncias e compromissos, acontragosto e contra-senso dos valores e das prioridades afins à lógica da produçãosolidária. Isto acontece pela dupla subordinação à economia capitalista. De um lado alógica de acumulação e de outro a necessidade de produtividade competitiva.Desta forma, verifica-se que a lógica da economia solidária é deixada delado num primeiro momento, por motivo de subsistência do movimento, para ser traço15 Conceito de trabalhador politécnico apresentado na nota 12, página 61.
77distintivo no longo prazo. Conseguindo assim recuperar e reintegrar às pessoas ariqueza dos conteúdos do trabalho e da vida coletiva em geral.No entanto, quanto às experiências da economia solidária, importanteevitar generalizações, devido às especificidades de cada experiência quanto à origem,protagonistas, objetivos e conteúdo social. Mas com uma visão macro do movimento épossível afirmar que hoje a economia solidária não tem a audácia de substituir aeconomia capitalista, mas tem o papel de tornar mais incômoda a sua reprodução e a suahegemonia.Uma das práticas mais freqüentes de organização do trabalho,principalmente para o desenvolvimento de autogestão nos EESs, é o cooperativismopela convergência dos princípios e dos objetivos de ambos, economia solidária,autogestão e cooperativismo. Assim, na próxima seção apresenta-se uma análise sobre ocooperativismo.3.3 Cooperativismo e economia solidáriaO cooperativismo, segundo VAZZOLER (2004), surge no final doséculo XVIII, a partir das ações de resistência da classe operária inglesa à introdução docapitalismo que desestruturava as antigas corporações de artesãos de ofício. Elesatuavam em duas frentes, primeiro através de greve e outra através da criação de aldeiascooperativas autogeridas pelos trabalhadores. Neste período Robert Owen, grandeindustrial inglês, propunha que as indústrias fossem geridas pelos trabalhadores e osresultados fossem repartidos equanimente.A partir da experiência mal sucedida de Owen, devido a ação conjuntado Estado e do capital visando o desaparecimento dos sindicatos e das organizações dostrabalhadores, ocorre, em 1844 na Inglaterra, a fundação da cooperativa ‘Sociedade dosProblos Pioneiros de Rochdale’, na qual decidiram desenvolver e aplicar um conjuntode princípios para servir como base para o seu funcionamento. Segundo PIMENTEL(2000), os princípios desenvolvidos e aplicados no período eram, e ainda hoje são, osseguintes:a) Livre acesso e adesão voluntária. Define a necessidade das cooperativas seremsuficientemente abertas para que as pessoas que queiram delas participar possamentrar ou sair sem maiores dificuldades.
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