26No terceiro capítulo é apresentado o modo como os EESs se organizampara sobreviverem e para gerarem trabalho e renda para seus membros inseridos naeconomia capitalista. Para tanto, faz-se uma apresentação sobre Economia Solidária,destacando seus limites e desafios. Ainda neste capítulo, caracteriza-se a organização eos processos de trabalho nestes tipos de empreendimentos, na qual verifica-se apredominância da autogestão, dos coletivos de trabalho, o associativismo e ocooperativismo. De um modo especial é apresentado o cooperativismo em seusdiferentes contextos, entre eles, o cooperativismo de reforma agrária, através dodesenvolvimento do sistema cooperativo de assentamentos, através da formação deCPAs instaladas nos projetos de assentamentos do MST.Posteriormente, no capítulo 4, é apresentado o estudo de caso dadissertação, a COPAVI, analisando, desde a formação do assentamento até 2005, asmudanças na organização e nos processos de trabalho na cooperativa no sentido deintegração das cadeias produtivas. Para tanto, apresenta-se um histórico da COPAVI, osaspectos geográficos, infra-estruturais e humanos da cooperativa, e o processo demudanças na organização interna e nos setores da cooperativa.Por fim, no quinto capítulo, apresenta-se as considerações finais acercada dissertação, através de análise sobre os aspectos comuns e específicos na organizaçãoe nos processos de trabalho em empresas capitalistas e EESs, associada a análise dasmudanças ocorridas na COPAVI no processo de integração de cadeias produtivas.
2. ORGANIZAÇÃO E PROCESSOS <strong>DE</strong> TRABALHO EM EMPRESASCAPITALISTAA partir da definição inicial de organização e processos de trabalhoindependentes da estrutura social em que elas estão inseridas, apresentadosanteriormente, neste capítulo faz-se uma análise da adoção dessas ferramentas pelasempresas de economia capitalistas. Desta forma, apresenta-se uma revisão bibliográficaacerca do desenvolvimento histórico dos processos de trabalho no interior da economiacapitalista, enfatizando os processos de mudança em relação a cooperação, amanufatura, a maquinaria e a automação microeletrônica. Em seguida são apresentadosos modelos de organização do trabalho predominantes na economia capitalista, comenfoque nos modelos clássicos (taylorismo e fordismo) e os modelos flexíveis (italiano,sueco e japonês); e por fim, uma crítica aos modelos flexíveis de organização detrabalho.2.1 Processos de trabalho na economia capitalistaNa economia capitalista verifica-se a apropriação da valorização dotrabalho subordinado ao capital tendendo a atingir seu limite máximo. De fato, estavalorização do trabalho é intensificada de tal forma que se transforma numa exploraçãocada vez maior do trabalhador por parte do capitalista. Pois ao transformar o trabalhadorem mercadoria estabelece-se um valor de troca com o trabalhador, e é pago uma quantiaque garanta a subsistência e reprodução do trabalhador pelo trabalho concreto.Como nesta economia busca-se a elevação ao máximo dos rendimentos,os empresários capitalistas empenham-se numa ação de geração de excedente, maisvalia,através da exploração do trabalho operário. Segundo MARX (1985), esteexcedente pode ser obtido de duas formas, através da mais valia absoluta (via extensãodo trabalho) sendo uma subsunção formal e da mais valia relativa (via intensificação dotrabalho) sendo uma subsunção real.MARX (1985, p.53) destaca que “devido a este caráter particular doprocesso capitalista de valorização, a forma real do capital no processo produtivo – asua forma como valor de uso – sofre também uma modificação. Em primeiro lugar, amassa dos meios de produção disponível deve ser suficiente não só para absorver o
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