56sem que haja uma predefinição de funções para os membros. As justificativas para esteesquema contemplam tanto o aspecto social como o aspecto técnico do trabalho”.Segundo HERBST, citado por MARX (1997, p.27), “um grupo assume aresponsabilidade completa pela produção de um produto ou uma linha de produtos. Estegrupo não deve possuir tarefas fixas predeterminadas para cada componente e asupervisão não deve interferir na maneira pela qual o grupo se auto-atribui as tarefas.Cabe à supervisão a função de servir como elo de ligação entre cada grupo e seu meioexterno”.O termo semi-autônomo pretende enfatizar que nem todas as decisõespassam a ser tomadas pelo grupo. Em particular os aspectos estratégicos relativos àdefinição de políticas de produção, vendas e finanças permanecem com atribuição degerentes e diretores.A escola socio-técnica tem como objetivo buscar uma alternativa àgestão clássica, tentando combinar produtividade e bem-estar social no trabalho. Destaforma, o princípio norteador é o de que o sistema produtivo só atinge o seu máximo deprodutividade quando se otimiza o funcionamento conjunto do sistema técnico e dosistema social. Desta forma, induz o trabalhador em ter maior envolvimento comsolução de problemas mais complexos e menos previsíveis, particularmente os queexigem auto-regulação, autonomia e multifuncionalidade via maior motivação eexpectativas quanto ao trabalho. Assim, os resultados passam a ser obtidos menos porcoerção e mais por indução de comportamentos estimulados por um dado projetoorganizacional coerente (MARX, 1997).Segundo DRUCK (2001), a escola teria notoriedade apenas entre os anosde 1960 e 1970, em função das lutas sindicais, mobilizadas para conseguirem modificaras condições de trabalho, acabando com a monotonia, desqualificação e precariedadeem termos de segurança e saúde no trabalho. Também, questionando o controle patronale empobrecimento do conteúdo de trabalho, buscando desta forma maiordemocratização nas relações de trabalho.SAYED (2003) relata que a notoriedade ocorreu pelas inovações técnicogerenciaisintroduzidas nas plantas industriais da Volvo, nas plantas de Kalmar, 1974,Torslanda, 1980/81 e Uddevalla, 1989, na Suécia. Vários conceitos inovadores foramintroduzidos na organização do trabalho para a fabricação de automóveis comerciais. A
57tentativa era encontrar uma combinação mais satisfatória entre produtividade econdições de trabalho, uma alternativa, portanto à linha de montagem clássica deinspiração fordista-taylorista.Na planta de Kalmar foi introduzido, embora sem abandonar as linhas demontagem, ‘mini-linhas’, separadas por estoques de produtos em processos, comoestratégia para possibilitar que os GSA pudessem gerir de maneira mais independente,em cada mini-linha.Já a planta de Uddevalla foi concebida e construída levando emconsideração a presença humana. Em todos os detalhes houve preocupação com aergonomia, no nível de ruído, na condição do ar, na luminosidade, no manuseio dosmateriais, etc. Nesta planta foi introduzido o conceito de produção em docas,caracterizado por:1) divisão do trabalho em grupos que possuem relativa autonomia em termos derevezamentos, pausas e definição de um líder do grupo;2) redução da fadiga do trabalhador via introdução de sistemas automatizados detransporte e manipulação de peças e ferramentas de trabalho;3) alargamento das possibilidades de variação do ritmo de produção, através do uso deestoques intermediários entre estações de trabalho;4) produtos serem montados do começo ao fim, em fases sucessivas (docas), sendo queem cada uma delas o produto fica parado, apoiado sobre algum meio que viabilize seutransporte para a fase seguinte (esse transporte é comandado e operado pelostrabalhadores dos grupos);5) o processo de montagem basear-se em equipamentos de uso universal, não dedicadose não automatizados.Todo o transporte de materiais foi automatizado, os grupos de operárioficaram sob a supervisão de um único gerente, e as tarefas foram distribuídas de acordocom as competências. O objetivo da Volvo era projetar um trabalho ergonomicamenteperfeito, de modo a tornar os operários mais saudáveis. Isso tudo com o objetivo de:aumentar a produtividade, reduzir custos, produzir com a mais alta qualidade, tendocomo resultado aumentos de lucro (FERREIRA et alii, 1991; MARX, 1997; SAYED,2003).
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