28trabalho necessário, mas também o trabalho excedente. Em segundo lugar, modificamsea intensidade e a extensão do processo real do trabalho”. Para a geração desteexcedente busca-se a sobreposição do trabalho morto (instalações e equipamentosadquiridos advindos do trabalho vivo) sobre o trabalho vivo (mão-de-obra). Com isto, otrabalhador deixa de ser um trabalhador para si (consciente de seu papel na sociedade),tornando um trabalhador em si (disciplinado, estável e alienado). Esta mudança ocorrevia ações de coerção (imposição), indução (participação nos lucros e horas extras) enegociação (representação das classes nas discussões) do capitalista com o trabalhador.Desta forma o processo capitalista de valorização é caracterizado pelo capitalpersonalizado no empresário capitalista e o trabalho personalizado no operário.A partir do exposto, verifica-se que na economia capitalista, trabalhar épor em movimento um conjunto de relações sociais, expressas na tecnologia e naorganização do trabalho. LE VEN (1992, p.12) aponta que ao passar do tempo, com aintegração da economia capitalista no modo de vida da sociedade, o trabalho passou ater um papel de dominação do ser humano, caracterizando uma mudança no sentido dasrelações sociais e na cultura das sociedades. Assim, tem-se constituída a ‘Sociedade doTrabalho’, na qual a maior parte do tempo do homem é dedicada ao trabalho, sendo otempo de vida um tempo produtivo. E desta forma, todas as outras relações sociaisdevem se adequar com a vida de trabalho. “Trata-se de fazer coincidir a subjetividade(emoções e sentimentos) com a objetividade técnica, para dominar a natureza e alcançaro destino histórico, através do progresso”.PALLOIX (1982) explicita que as transformações no processo estãoligadas às formas de organização produtiva, aos movimentos do capital e às formas dedivisão do trabalho.Quanto ao movimento do capital, a análise está embasada em doisaspectos: processo de valorização (que é a combinação dos elementos constituintes decada capital – relação entre produtividade e lucratividade) e processo de acumulação(produzir novas condições para a geração de excedente).Já a introdução da divisão do trabalho no processo de trabalho capitalistaé justificada pelo aumento proporcional das forças produtivas do trabalho. Esteaumento, segundo SMITH (1988), são decorrentes de três circunstâncias: a) devido àmaior destreza existente em cada trabalhador (reduzindo a atividade de cada pessoa a
29alguma operação simples); b) à poupança daquele tempo que, geralmente, seria costumeperder ao passar de um tipo de trabalho para outro (pois toda a atenção de uma pessoa énaturalmente dirigida para um único objeto muito simples); c) à invensão de um grandenúmero de máquinas que facilitam e abreviam o trabalho, possibilitando uma únicapessoa fazer o trabalho que, de outra forma, teria que ser feito por muitos. Desta forma,verifica-se na economia capitalista a necessidade da divisão do trabalho, da hierarquiado trabalho e a separação entre trabalho manual e intelectual. Este processo de divisão,hierarquização e separação do trabalho têm diferentes enfoques nos diversos períodos eformas de organização do trabalho no capitalismo.Quanto às formas de organização produtiva FRIEDMANN (1968), apartir da análise da evolução do trabalho e dos tempos livres, aponta algumastendências: primeira, a pulverização de ofícios de trabalho tendo a degradação dahabilidade profissional como decorrência; segunda, o progresso da técnica e daracionalização do trabalho dando origem a novos ofícios qualificados.Na primeira, verifica-se forte influência da divisão do trabalho, fazendocom que o trabalhador nunca tenha ocasião de exercitar sua inteligência ou suafaculdade de invenção para encontrar uma forma de resolver dificuldades que surgem,tornando-se um ser cada vez mais alienado dos processos decisórios. Por outro lado, asegunda tendência exige máquinas cada vez mais precisas, determinando a preocupaçãocada vez maior com a qualidade do produto fabricado. Para isto, uma tendência apolifuncionalidade de algumas máquinas que reúnem em si muitas operações que atéentão estavam separadas. Para tanto ocorre o surgimento de novos ofícios qualificadoscomo construtores de máquinas, mecânicos, reguladores, reparadores, entre outros.“Deste modo, em tese, a máquina não pareceria ter destruído as antigashabilidades, mas transpondo-as para novas formas de organização do trabalhoconseguiria pô-las aos serviços destes novos ofícios. É nesse sentido que surge asegunda corrente, cuja idéia é a da criação de novos ofícios qualificados originados naaparelhagem advinda do progresso das técnicas e da racionalização do trabalho”(PINTO, 2000, p.166).Para melhor compreensão deste processo de mudança, segue um brevehistórico apresentando a evolução das relações no processo de trabalho, das técnicas emodelos de organização do trabalho nas empresas capitalistas. A evolução histórica do
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