66que há ruptura com o taylorismo/fordismo, pois estes padrões são reagregados com basena flexibilidade e variedade, e não na repetitividade e produção estandartizada. Assim,“o fordismo é a técnica adaptada de economia dos custos de fabricação para mercadosem expansão de produtos estandartizados, ao passo que o sistema Toyota seria a técnicade produção a custos baixos para mercados estagnados e economias de crescimentolento, ou ainda para mercados em expansão, mas de produtos variados e diferenciados”(CORIAT, 1993, p.87).Na análise de LE VEN (1992) o período de flexibilização do trabalho écaracterizado como um período de crise da ‘Sociedade do Trabalho’ e a redescoberta doindivíduo. Assim ele propõe três abordagens:a) Abordagem sobre a centralidade do trabalho na sociedade atual, chamada de pósfordista.Nela observa-se o desaparecimento da classe operária e também, emcontraste, desenvolvem-se novos conceitos para o tema, que buscam entender deque modo o trabalho está organizado no mundo e vivenciado pelos trabalhadores.b) A segunda abordagem traz a dimensão puramente instrumental da razão para sepensar no trabalho, destacando a inclusão no processo de formação do movimentosindical as questões do poder, da administração, do planejamento estratégico, ouseja, questões que tratam do poder, do saber e, talvez, do prazer na realização dotrabalho, derivando assim discussão sobre o coletivo universal, solidariedade, justiçae classe operária.c) A última abordagem diz respeito às mudanças tecnológicas e organizativas noprocesso de trabalho através da introdução da informatização, robótica, automação,novo conceito de empresa, novas formas organizativas do trabalho e de cultura.Com estas mudanças é perceptível o empobrecimento de categorias de trabalho, aexpansão do desemprego, a não utilização de trabalhadores em idade de trabalho,fim de algumas profissões e a incapacidade dos governos em administrar aeconomia. Desta forma, para a sobrevivência de tais trabalhadores são criados novosvalores e comportamentos dos mesmos, onde afloram a individualidade e adiferença entre os mesmos.Quanto a esta última abordagem observa-se que para viabilizar aprodução a custos baixos de demandas por produtos variados e diferenciados, surgemformas alternativas às ferramentas dos modelos clássicos, tais como, grupos semi-
67autônomos, CCQs, Just In Time/Kanban, Qualidade Total, divisão sexual do trabalho,subjetividade, cultura, poder, condicionantes simbólicos de eficiência e conflitosintergerenciais. Outro destaque é quanto à qualificação do trabalho via a AME e aconcepção de flexibilidade nos postos de trabalho. A polêmica se dá quando se tratamdo tema qualificação/desqualificação, requalificação e o modelo de competência.Segundo VELTZ e ZARIFIAN, citado por PINTO (2000), no decorrer dadécada de 90, as discussões sobre qualificação tendem para a noção de competência, emparte devido ao chamado surgimento do modelo (neo)pós-fordista de organização dotrabalho e de gestão da produção. A origem de tal modelo estaria associada à crise danoção de postos de trabalho e ao desenvolvimento tecnológico, principalmente com oavanço da automação nas empresas e mudanças na forma de concorrência, permitindoque a produção em massa deixe de ter o seu papel principal e assim a diferenciação deprodutos passe a ser a forma predominante de competição entre as empresas. Oproblema não está na diferença entre o trabalho real e o trabalho prescrito, mas sim noque foi planejado e o que realmente foi cumprido. Este problema reside na dinâmicaatual das organizações, dentro de um contexto econômico, social e técnico.De acordo com ZARIFIAN (1996) as empresas para sair da criseeconômica optaram por elevação da qualidade e da diversidade de seus produtos e pelosensível aumento das freqüências de inovações. Com isto obteve-se dois resultados: umaumento expressivo da complexidade do trabalho e uma predominância de confrontaçãoaos eventos sobre o respeito às normas rotineiras.Quanto ao primeiro “os empregados das fábricas têm que enfrentardiariamente os dilemas da gestão, isto é, realizar arbitragens complexas entre aqualidade, o custo, o prazo, a variedade, a inovação, tudo em tempo real” (ZARIFIAN,1996, p.3-4). Quanto ao segundo o autor encontra duas grandes categorias de eventos:por um lado, panes complexas e desvios de qualidade, difíceis de diagnosticar devido aograu de automatização e de integração das linhas de produção, por outro lado, oslançamentos cada vez mais freqüentes de inovações ou de renovações de produtos.Os trabalhadores são levados a um novo modelo de organização dotrabalho para uma participação na gestão da produção, para um trabalho em equipe epara um envolvimento maior nas estratégias de competitividade da empresa
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