58Algumas mudanças ocorrem em relação à estrutura organizacional.FLEURY e VARGAS (1983) destacam que em primeiro lugar ocorre uma redução donúmero de níveis hierárquicos, pois a necessidade de coordenação externa diminui. Emsegundo, ocorre redução da mão-de-obra indireta, pois as tarefas de planejamento econtrole do trabalho são entregues aos próprios membros do grupo. E ainda, asmudanças no grau de autonomia parecem acarretar modificações na posição dotrabalhador dentro da empresa. Os autores utilizam uma expressão para definir asmudanças na estrutura organizacional: democratização do local de trabalho.MARX (1997) ao estudar os GSA brasileiros aponta alguns critérios paraa formação dos grupos e alcance da autonomia. São eles: a) formação de grupospequenos de trabalhadores polivalentes, coordenado por um líder, no qual o treinamentoé feito on-the-job, onde os trabalhadores mais experientes repassam seus conhecimentospara os demais; b) os grupos recebem, discutem e negociam metas semanais, sendoparte do salário dependente do cumprimento destas metas; c) o objetivo é transferir opoder decisório para os grupos, cobrando-se quantidade e qualidade; d) cada grupopossui um terminal de computador integrado à planta, onde é possível ter informaçõessobre o andamento da produção de cada grupo e enviar ordens de compra para oalmoxarifado; e) estudos de tempos e métodos para definição de como a empresa vai seorganizar para produzir, dimensionamento dos grupos e do número de equipamentos,porém não há controle de tempos ao longo do processo produtivo.No entanto, este processo apresenta algumas limitações, primeiramentetecnológica, pois os sistemas produtivos são normalmente projetados para permitirem amáxima divisão do trabalho, criando postos de trabalho simples e repetitivos, querequerem o mínimo de treinamento e iniciativa do trabalhador. Segundo, manter amotivação do trabalhador às competências necessárias para garantir produtividade equalidade. Ainda, romper com a postura autoritária da gerência, criando-se nova culturaorganizacional.Segundo DRUCK (2001), o que prevalece é a combinação de formasmais tradicionais de gestão e organização do trabalho com os GSA. Desta forma, omodelo sueco demonstra também que é possível atingir novos padrões decompetitividade industrial, convivendo e negociando com os sindicatos sobre asinovações na tecnologia e organização do trabalho.
59Quanto ao modelo japonês, é oriundo de um esforço de reconstruçãoindustrial com base em uma situação extrema, o período pós-Segunda Guerra Mundialpara o Japão. Este modelo também é conhecido como toyotismo ou ohnoísmo por setornar realidade inicialmente na empresa Toyota, na qual o idealizador foi Taiichi Ohno.Este modelo enfatiza a lógica de produção em massa (reduzindo o custo unitário dosprodutos via ganhos de escala), aumentando, entretando, as variações dos produtosproduzidos em uma mesma estação e diminuindo o tamanho de cada lote.Segundo ZILBOVICIUS (1997) muitos dos princípios de Ford em suasformas mais puras são ainda válidos e formam a própria base do modelo japonês. Damesma forma, as técnicas da Administração Científica não foram jogadas fora, apenasexecutadas de modo mais apropriado, utilizando de modo intensivo os estudos detempos e métodos para racionalização do trabalho. Desta forma, verifica-sepadronização de cargos e de procedimentos, via folhas de operações que são afixadasnos centros de produção, contendo o tempo de ciclo (tempo-padrão de produção), ofluxo de processo (seqüência de operações e inspeções a serem realizadas no processo)e quantidade-padrão de trabalhadores no processo.Por outro lado, pode-se apontar algumas características do modelo emcontraste com os modelos clássicos, tais como: os equipamentos e a estrutura funcionalflexível, as hierarquias do mercado de trabalho, a relativa estabilidade no emprego e oselevados níveis de qualificação de um núcleo central da força de trabalho, com aemergência do trabalhador polivalente 10 . E ainda, o modelo ser utilizado comoabordagem gerencial, ocorrendo alterações na organização das fábricas bem como nasestruturas gerenciais, nas relações entre gerentes e mão-de-obra e na forma de trabalhoconjunto entre os operários.O modelo japonês tem ênfase fundamental na redução de custos, assimtodas as fontes de desperdícios devem ser eliminadas, tais como: uso inadequado demão-de-obra, capital empatado em estoques, tempos de preparação de máquinas (setup), lead time de produção, distância percorrida pelo fluxo de produção, paradas naprodução e falta de padronização de métodos, entre outros. Por esta característica emeliminar todo e qualquer forma de desperdício o modelo também é conhecido comoProdução Enxuta ou Lean Production.10 Acerca do conceito de trabalhador polivalente, ver página 61.
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