40Com isto verifica-se aproximação da produção de produtos discretoscom base na microeletrônica da racionalidade dos processos contínuos.Desta forma, para os dois tipos de indústrias, a introdução da AME éjustificada pela substancial melhora da qualidade dos produtos e economia de custos decapital, favorecendo o atendimento das exigências mais rigorosas da concorrênciainternacional. Em relação a melhora da qualidade verifica-se maiores precisão,homogeneidade e confiabilidade (menor margem de defeitos) dos produtos. Osbenefícios relacionados à economia de custo de capital, são: redução do tempo ociosodas máquinas (devido ao menor tempo necessário de preparação nas mudanças deprogramas de produção), economia de matérias-primas, redução dos refugos, reduçãodos estoques, redução do espaço ocupado, etc.Outro fator verificado a partir da introdução da operação automática é adestruição, a recriação e a criação de novas atividades produtivas, restando aotrabalhador as atividades de: programação (elaboração do software), que por sua vezpode ser também automatizada; ajuste ou teste dos programas; e monitoração dasmáquinas, isto é, acompanhamento de seu funcionamento visando intervir no processoem caso de ocorrência não prevista no curso da operação normal.Desta forma este processo de trabalho caracteriza-se por um período deintensa aprendizagem, tanto no sentido dos operários e do desenvolvimento de novasaptidões requeridas, como por parte da adaptação da gerência. “Com isto estabelece-seum novo padrão de relações entre capital e trabalho, sustentado na alteração doequilíbrio de forças na empresa e que influencia de maneira decisiva a gestão e ocontrole da mão-de-obra” (CARVALHO, 1986, p.86).Esta afirmação é justificada pelas mudanças profundas e abrangentes nopadrão de utilização da força de trabalho do ponto de vista qualitativo e quantitativoprovocadas pela AME, verificando-se a coexistência de duas tendências em relação àutilização do trabalho.A primeira tendência é em relação aos trabalhos menos qualificados, naqual se verifica maior subordinação do trabalhador ao capital. Observa-se esta tendênciainicialmente pela ocorrência de demissões em massa, pois estes são substituídos pelosistema automatizado. Neste sentido, PALLOIX (1982, p.84) afirma que “adesqualificação dos trabalhadores é extrema, chegando mesmo ao ponto do
41desaparecimento total das etapas do processo nas quais se faz necessária a intervençãodo trabalhador”.Nos novos postos recriados na AME para os trabalhadores semiqualificados,são introduzidos certos mecanismos na organização da produção queaumentam significativamente o controle técnico sobre o conteúdo, o ritmo e aintensidade do trabalho, em detrimento da perda da capacidade dos trabalhadores deprodução em influir decisivamente sobre o que acontece na fábrica. Esta mudança estáassociada a uma reestruturação da natureza do trabalho, tornando-o mais intenso,padronizado, ritmado e subordinado a linha de montagem. Segundo depoimentos detrabalhadores do estudo de CARVALHO (1986) o novo processo reduz bastante anecessidade de esforço físico no trabalho, porém o rítmo é mais intenso.O aumento do poder de comando da gerência sobre o processo produtivoé decorrente da existência de um fluxo mais contínuo, sem pontos de estrangulamento,tornando-se mais factível o cumprimento dos planos de produção, fazendo com que otrabalhador acompanhe o ritmo da linha de produção, atuando de maneira repetitiva ecansativa. Desta forma verifica-se a intensificação do trabalho via aumento davelocidade de trabalho, derivando em aumento da mais-valia relativa.A introdução de um sistema de organização do trabalho que os submeteao ritmo da linha, que os impede de organizar suas próprias pausas e que os obrigam aacelerações do trabalho aleatórias representa a perda do poder do trabalhador sobre oprocesso de trabalho, e, conseguinte, um avanço da gerência na diputa pelo controle dotempo na fábrica.Com isto os trabalhadores ficam mais presos a esquemaspredeterminados de trabalho e ao ritmo da linha mecanizada. O processo expropria aosoperários a liberdade para planejar seu trabalho, distribuir seu desgaste físico ao longoda jornada e para aproveitar, em seu favor, o surgimento de acontecimentos imprevistos.Neste sentido CARVALHO (1986, p.136) afirma:“Do ponto de vista dos operários, o novo processorepresenta, sobretudo, perda da autonomia para planejarseu trabalho, seu tempo e suas pausas. Representa perdada liberdade no exercício do trabalho. O aumento docontrole, no entanto, deve ser relativizado, porque emboraefetivamente ocorra quando a produção operanormalmente, as condições para que a normalidade seja
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