54terem sido formadas por operários qualificados e antigos militantes sindicais demitidosem greves passadas.Segundo SAYED (2003), a maioria das pequenas e médias empresas porse assentarem em organizações familiares, tinha sua estrutura produtiva alicerçada emrelações pessoais, o que facilitava, muitas vezes, longas jornadas de trabalho e baixaremuneração salarial (mais-valia absoluta). Além disso, como a cultura produtiva eraartesanal, esta se centrava na criatividade, no orgulho, e na dedicação exagerados aotrabalho.Além disso, em relação à mão-de-obra, DRUCK (2001) aponta acoexistência de formas de trabalho precárias, que utilizavam trabalhadores semqualificação, sem contratos formais e até mesmo sem remuneração, principalmentemulheres e criaças, de modo especial, nas oficinas de fundo de quintal.SAYED (2003), analisando o modelo italiano, verifica que os grandescomplexos industriais cederam lugar a diversificados e flexíveis ‘distritos industriais’,possibilitando germinar a cooperação e o espírito coletivo entre as empresas, ao invés dedesenvolver a concorrência. Esta cooperação não se reduzia às questões econômicas, elachegou também no terreno das relações sociais o que levou as empresas a buscaremmaior integração com a comunidade nos locais em que estavam inseridas.Outro fator observado foi que a cooperação chegou também a empresasmaiores (como a Fiat, por exemplo), a autoridades regionais das províncias e dosmunicípios, câmaras de comércio e indústria, núcleos de serviços e promoções, além deconsórcios e convênios criados pelas próprias empresas. Até mesmo o Estado Italianomarcou presença com sua proteção às pequenas empresas, fornecendo assistência fiscal,subsídios financeiros e possibilidade de flexibilização da legislação trabalhista. Àsgrandes, o auxílio veio em forma de proteção aos mercados e vultuosos subsídios.Em suma, pode-se afirmar que o modelo italiano está baseado numa forterelação de empresas, de conteúdo cooperativo, e numa produção de lotes pequenos,especializada, com alto nível tecnológico e mão-de-obra qualificada (em sua maioria),onde a flexibilidade dá a tônica do processo de organização da produção. Desta forma,são obtidos altos níveis de produtividade, o que possibilita às empresas conquistarposições em termos de competitividade (DRUCK, 2001).
55PIORE e SABEL (1984) definem o modelo como uma estratégiaindustrial em que pequenas e médias empresas ocupam um papel central nareestruturação. Portanto, estas empresas utilizam uma tecnologia avançada, mascombinada com um trabalho de tipo artesanal que exige uma mão-de-obra qualificada emuito treinada. No âmbito da organização do trabalho, realizam a integração entreconcepção e execução, estabelecendo tarefas multiespecializadas. Ao mesmo tempo, asrelações hierárquicas na empresa devem ser mudadas, superando a sua rigidez etransformando-a numa organização mais informal, que aproxime os vários níveis ecargos.No que se refere à produção, em vez de produtos padronizados eproduzidos em grandes quantidades, as empresas devem produzir lotes sob encomendasde produtos variados, podendo responder às mudanças do mercado. Quanto à estratégiade competitividade, não deve pautar-se em controlar o mercado e impor a produçãopadronizada, mas em preparar-se para uma adaptação rápida às inovações e mudanças.No plano institucional, em vez da centralização e regulamentação tipicamenteKeynesianas de caráter nacional e multinacional, trata-se de instituir a descentralizaçãoatravés dos poderes locais que podem agir com o objetivo de fundir competição ecooperação.Assim, verifica-se que neste modelo a produção não é mais em massa,mas são produzidos sofisticados e diferenciados produtos, seja em termos de estilo,design e qualidade, em pequenos lotes (SAYED, 2003).Para DRUCK (2001, p.91), o modelo italiano “não substitui nem superao padrão fordista, característico da produção em série, tendo muito mais um caráter decomplementariedade a este padrão, em condições históricas e sociais muitoparticulares”, pois apesar da saturação dos mercados de produtos em série e haver muitomais demanda por produtos diferenciados, existem também novos mercados deprodutos em série que estão se abrindo.O modelo sueco, muitas vezes chamado de experiência sueca, apesar daorigem nos anos 50, assume importância a partir dos anos 70 na escola sócio-técnica,cuja proposta é a formação de Grupos Semi-Autônomos (GSA).Segundo FLEURY e VARGAS (1983, p.34) o GSA são equipes de“trabalhadores que executam, cooperativamente, as tarefas que são designadas ao grupo,
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