50exigido. Desta forma, se a atividade de trabalho não necessitasse da função visão, que secontratasse pessoas cegas (FLEURY e VARGAS, 1983).Para CORIAT (1985), Ford, através da introdução da linha demontagem, realiza um desenvolvimento criador do taylorismo que o conduz – do pontode vista do capital – a uma espécie de perfeição. Possibilitando simultâneamente:• incorporar os tempos e os movimentos no próprio maquinismo;• fragmentar em graus, até então nunca atingidos, os gestos requeridos pelo ladodo trabalho vivo;• tornar possível ao mesmo tempo uma considerável intensificação do trabalho,fazendo o trabalhador acompanhar o ritmo determinado pela linha;• o desenvolver máquinas específicas por ramo;• expandir o uso de uma ferramenta uniforme, sempre que o trabalho complexotenha sido desagregado e separado em trabalhos particulares;• intercambiar peças, ferramentas, produtos, homens e máquinas.Com a introdução dos princípios e técnicas do fordismo verifica-se umaumento da mais-valia relativa no processo produtivo, derivando desta forma aprodução em massa, o barateamento dos produtos, e conseqüentemente o consumo emmassa.VARGAS (1985) aponta que o ideário do fordismo encontra espaço ondeocorre uma recusa à intermediação do Estado na regulação do mercado de trabalho e naperspectiva de educar o trabalhador a partir da internacionalização das normas dedisciplina da produção industrial. Esta orientação dos industriais para o ensino industrialpode ser entendida a partir da falta de operários qualificados nas indústrias de ponta.Para o atendimento desta demanda, ocorre nos anos 60 o surgimento dosensinos técnicos, tais como, as Faculdades Tecnológicas (FATECs), Escolas Técnicas(ETs) de ensino médio, e cursos profissionalizantes, tais como, do Serviço Nacional deAprendizagem Industrial (SENAI), do Serviço Social da Indústria (SESI), entre outros.A partir disto, ocorreu a convergência para duas situações: primeiro a alternância dostrabalhadores de alguns grupos ocupacionais importantes para outros (trabalhadoresqualificados e semiqualificados, operários e trabalhadores gerais) e a segunda é aextensão do período médio de instrução (levando a existir cada vez maiores exigências
51quanto a formação), necessitando de operários especializados, submetidosà disciplina do capital.BRAVERMAN (1974) aponta que para o trabalhador o conceito dequalificação está ligado tradicionalmente ao domínio do ofício, isto é, a combinação deconhecimentos de materiais e processos com as habilidades manuais exigidas para odesempenho de determinado ramo da produção. O parcelamento das funções e areconstrução da produção como um processo coletivo ou social destruiu o conceitotradicional de qualificação e inauguraram apenas um modo para domínio do processo detrabalho a ser feito: mediante e com o conhecimento científico, técnico e de engenhariado trabalho.Desta forma o conhecimento fica restrito à administração e as equipes deestudos, fazendo com que o conceito de qualificação seja interpretado como umahabilidade específica, uma operação limitada e repetitiva seja reinterpretado como“velocidade”.Para DRUCK (2001) o fordismo enquanto ‘novo’ padrão de gestão dotrabalho e da sociedade, sintetiza condições históricas, constituídas pelas mudançastecnológicas, pelo modelo de produção e consumo em massa, pela integração e inclusãodos trabalhadores. Inclusão esta, obtida através da neutralização das resistências de umaparte das classes trabalhadora, os trabalhadores de ofício e da persuasão, sustentadaessencialmente na nova forma de remuneração e benefícios.Segundo CARVALHO (1986) em diversas indústrias semiautomatizadasas inovações eletromecânicas se desenvolveram no sentido de incorporarna própria tecnologia de produção as concepções tayloristas de organização do trabalho.A linha de montagem fordista convencional de produção levou esta tendência aoextremo. Seus resultados são a intensificação e a desqualificação do trabalho, demaneira a favorecer políticas instabilizadoras da mão-de-obra.Uma das diferenças em relação aos períodos anteriores na análise de LEVEN (1992) é de que no maquinismo os trabalhadores eram objetos do capitalismo; notaylorismo eles eram motivados, estimulados e integrados na produção; já no fordismoeles são apenas massa tanto de produção como de consumo. Desta forma teoricamentenão tem espaço para o sindicalismo, pois o salário garantiria a centralização da atençãodos trabalhadores no trabalho. Mas na realidade o que a história demonstrou foi que
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