Meredith Gentry 1 - CloudMe

-Está aqui em alguma parte. -Comecei a mover as mãos pelo bordo do
assento. -Alguém o pôs aqui dentro, e não foi o carro.
Galen deslocou suas mãos pelo teto, procurando.
-Se tivéssemos feito amor...
-Minha tia nos tinha executado.
Não lhe falei do Doyle, mas tinha sérias dúvidas de que a rainha me
deixasse manchar a dois de seus guardas em poucos dias sem ser castigada
por isso.
Encontrei uma protuberância debaixo da tapete negro do chão. Levantei-o
delicadamente, com cuidado para não danificar o carro. O que encontrei foi
uma corda com um anel de prata preso a um extremo. O anel era o anel da
rainha, um dos objetos mágicos que os elfos puderam trazer da Europa durante
o grande êxodo. O anel era um objeto de grande poder que tinha permitido que
a magia da corda atuasse sem tocar nenhuma de nossas peles nem ser
invocada.
Levantei o anel para examiná-lo.
-Encontrei-o, e está com o anel dela.
Os olhos do Galen se abriram como pratos.
-A rainha nunca tira este anel. -Puxou a corda de mim, tocando os
filamentos de diversas cores. -Vermelho pela luxúria, laranja pelo amor
temerário, mas por que verde? Normalmente, o verde está reservado para
encontrar a um companheiro monógamo. Não deveriam mesclar-se nunca
estas cores.
-Isto é uma loucura, inclusive para Andais. Por que me convidar pra casa
para ser sua hóspede de honra e me preparar para a execução a caminho da
corte? Não tem nenhum sentido.
-Ninguém poderia ter obtido este anel sem sua permissão, Merry.
Um objeto branco saía de entre o assento e a parte traseira. Aproximei-me
dele e vi que era a metade de um envelope.
-Não estava aqui antes – eu disse.
-Não, não estava -confirmou Galen. Agarrou o suéter do chão e o pôs.
Puxei-o, e senti que algo estava puxando do outro lado; mantínhamos uma
espécie de pulso como um músculo. Me acelerou o coração, mas consegui
pegar o envelope. Tinha meu nome escrito com uma bela caligrafia, a letra da
rainha.
O mostrei ao Galen enquanto continuava vestindo-se.
-Será melhor que o abra -disse.
O virei e encontrei o selo da rainha em lacre negro, sem romper. Rompi o
selo e tirei uma única folha grossa.
-O que diz? -Perguntou Galen.
O li em voz alta.
-«À Princesa Meredith NicEssus. Aceita este anel como um presente e uma
amostra de coisas por vir. Quero o ver em sua mão quando nos
encontrarmos». Inclusive o assinou. -Olhei ao Galen. -Isto cada vez tem menos
sentido.
-Olhe -disse.
Olhei para onde estava apontando, e vi uma bolsinha de veludo que
aparecia pelo assento e que não estava aí no momento que pegeui o envelope.
-O que está acontecendo?