Meredith Gentry 1 - CloudMe

delas da maneira mais infame só pela esperança de que se ficassem grávidas
se converteriam em membros da corte. Exatamente como vovó.
Embora vovó tivesse parecido uma ponta de ferro no coração de meu avô
antes que permitir que a tratasse como a um cão.
Separei-me do Barinthus até que ele baixou as mãos e fiquei sozinha no
caminho. Galen e Barinthus estavam detrás de mim, cada um a um lado como
bons guardas reais.
-Keelin –eu disse, -o que faz... Aqui?
Não era exatamente a pergunta que queria formular. Minha voz soou
tranqüila, razoável, ordinária. O que queria fazer era gritar, chiar.
Cel a atraiu para si, lhe puxando pelo cabelo, lhe pressionando a cara
contra seu peito. Sua mão se deslocou por seu ombro, cada vez mais abaixo,
até que agarrou um de seus peitos, amassando-o.
Keelin voltou a cabeça e seu cabelo lhe escondeu a cara de mim. O sol já
quase se punha, faltavam poucos minutos para a verdadeira escuridão; ela era
só uma sombra mais densa contra a escuridão do Cel.
-Keelin, Keelin, me fale.
-Quer ser membro da corte -disse Cel.
-Enquanto eu dela desfrute a faz partícipe de todas as celebrações. -
Aproximou-se mais ao corpo de Keelin, e sua mão se perdia de vista sob o
pescoço redondo de seu vestido.
-Se tiver um filho, será uma princesa, e seu filho herdeiro ao trono. Seu filho
poderia se deslocar para o quarto lugar da sucessão ao trono -disse, com voz
clara e sossegada enquanto sua mão se deslocava pelo corpo do Keelin.
Dava um passo para frente, estirando o braço.
-Keelin...
-Merry -disse ela, girando-se para me olhar durante um momento, com uma
voz com o mesmo som doce que tinha tido sempre.
-Não, não, meu bichinho -disse Cel. -Não fale. Já falei eu pelos dois.
Keelin ficou em silêncio e ocultou de novo a cara.
Fiquei ali, e até que Barinthus me tocou o ombro não me dava conta de que
meus punhos estavam apertados... Voltava a tremer, mas não de medo, mas
sim de ira.
-A rainha nos proibiu de te contar, Merry. Deveria ter teavisado de todos os
modos -desculpou-se Galen, movendo-se para o outro lado.
Era quase como se os dois esperassem ter que me agarrar para me reter
antes de que fizesse algo estúpido. Mas não ia fazer. Isso era o que procurava
Cel. Tinha vindo para fazer ostentação de Keelin, para me irritar, com Siobhan
a suas costas para me matar. Estou segura de que teria inventado alguma
história, teria explicado que eu lhe tinha atacado e sua guarda se viu obrigada
a lhe defender. A rainha já acreditou em histórias com menos fundamento ao
longo dos anos. Tinha motivos para mostrar-se crédulo em relação à rainha. Eu
devia manter a calma, porque eu não podia fazer nada aqui e agora a não ser
morrer. Poderia ter dado conta do Cel. Era uma das poucas pessoas com as
quais utilizaria a mão de carne sem perder o sono por isso. Mas Siobhan era
diferente. Siobhan me mataria.
-Quanto tempo Keelin está com ele? -Perguntei.
Cel começou a responder, mas levantei uma mão.
-Não, não fale, primo. Perguntei ao Galen.