Meredith Gentry 1 - CloudMe

-O primeiro carro derrubou, mas outros simplesmente chocaram. Estão
olhando nos carros, me buscando a mim mas sem tocar a ninguém. Se sairmos
e lhes combatemos, os sidhe não poderão ocultar-se.
-Acreditava que queríamos evitar a luta direta na medida do possível -disse
Ringo.
A onda já quase estava ali.
-Se alguém tiver uma idéia melhor, têm uns sessenta segundos para pô-la
em comum. Já estão aqui.
-Esconder-se -propôs Uther.
-O que?
-Que Merry se esconda -disse.
Era uma boa idéia. Passei atrás e Uther se apartou o suficiente da parede
para que pudesse me arrastar como um verme detrás dele. Não acreditava que
fosse funcionar, mas era melhor que não fazer nada. Podíamos lutar mais tarde
se me encontravam, mas se pudesse me esconder... Apertei-me entre a fria
parede metálica e as costas quente do Uther e tentei não pensar muito. Alguns
sidhe lhe podem ouvir pensar se estiver o bastante agitado. Estava
completamente fora de seu campo visual. Embora abrissem a grande porta
trilho, e não pensava que se arriscassem a isso, não me veriam. Mas em
realidade não eram seus olhos o que me preocupava. Há muitos tipos de elfos,
e não todos têm uma vista confiável como a de um humano. E isso sem contar
com o sidhe que estava produzindo o encanto. Se fomos o único carro com
ocupantes não humanos, os sidhe viriam a nos investigar antes de abandonar
a área. Ele, ou ela, teriam que ocupar-se.
Ansiava olhar aquela onda que aparecia a todas as janelas. Mas um olhar
tivesse acabado com minha intenção de me esconder, assim que me agachei
detrás do Uther e tentei ficar muito quieta. Ouvia e sentia que algo fazia ruído
contra a parede metálica de minhas costas. Um pouco muito grande
pressionava contra o metal. Então ouvi um ruído nasal, como o de um
hipopótamo gigante.
Tive a intuição de pensar que ia cheirar me e a seguir, algo transpassou o
metal a poucos centímetros de mim. Chiei e saltei desde minha posição antes
de que minha mente registrasse o punho, comprido como minha cabeça,
encravado no lateral da caminhonete.
Ouvi um som de cristal que se fazia pedacinhos. Algo com um braço grande
como o tronco de uma árvore e um peito mais largo que a janela da
caminhonete estava apoiado do lado do condutor. Ringo lhe golpeou o braço,
mas este lhe agarrou pela camisa e começou a atirar dele através da janela
rota.
Eu empunhava a arma, mas não podia disparar. Jeremy se moveu entre os
assentos, e vi o brilho de uma espada em sua mão.
Ouviram-se ruídos metálicos quando os punhos do gigante destroçavam o
lateral da caminhonete, e então uma cara imensa olhou pelo buraco. Olhou
além do Uther, como se não estivesse ali, e cravou em mim seus olhos
amarelos.
-Princesa -disse o ogro-, estivemo-lhe procurando.
Uther lhe deu um murro na cara. O ogro sangrou pelo nariz e retrocedeu.
Ouviam-se chiados fora, chiados humanos. O encanto se desvaneceu sob os
efeitos da violência. Os ogros apareceram ante os humanos como por arte de
magia. Ouvi um grito.