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Meredith Gentry 1 - CloudMe

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Fflur continuava agarrando ao pequeno trasgo. A fileira de olhos<br />

pestanejava.<br />

-Não queria. Sinto muito, sinto muito. -O trasgo tinha dois braços principais<br />

e dois pequenos e inúteis. Os quatro, braços retorcidos, com uns dedos<br />

pequenos rematados por garras que abriam e fechavam.<br />

Frost levantou com as duas mãos o trasgo de Fflur. Não empunhava minha<br />

faca. Teria que me lembrar de lhe pedir que me devolvesse isso. Mas, de<br />

momento, tinha outros problemas.<br />

-Tenho que lhe curar as feridas -disse Fflur, -ou perderá mais sangue.<br />

Fiz um gesto de negação. -Ainda não.<br />

-Merry -disse Galen, -deixa que cure suas feridas.<br />

Observei sua expressão de preocupação. Educou-se na corte, igual a mim.<br />

Deveria ter sabido que não era o momento de curar as feridas. Era o momento<br />

da ação. Olhei-o no rosto. Não a sua cara graciosa e franca, ou a seus pálidos<br />

cachos verdes, ou aquela risada que a iluminava, olhei-o como deve ter ficado<br />

quando meu pai decidiu me entregar a outra pessoa. Não tinha tempo de<br />

explicar coisas nas que Galen já deveria ter pensado. Observei ao grupinho<br />

congregado a meu redor: um grupinho de curiosos ante um acidente de<br />

trânsito, só que mais elegantes e mais exóticos.<br />

-Onde está Doyle?<br />

Produziu-se um movimento entre os reunidos, a minha direita. Doyle deu um<br />

passo adiante. Parecia muito alto visto do chão. Um pilar com capa negra que<br />

se abatia sobre mim. Só os brincos com plumas de pavão que emolduravam<br />

seu rosto suavizavam um pouco o aspecto absolutamente intimidador de sua<br />

figura. Sua expressão e o porte eram os do velho Doyle. A Escuridão da<br />

Rainha estava a meu lado, e as plumas de cores pareciam desconjuradas.<br />

Tinham-no vestido para uma festa e se encontrava em meio de uma batalha.<br />

Seu semblante não dizia nada, embora de fato sua absoluta inexpresividade já<br />

revelava que não era feliz.<br />

De repente, voltei a me sentir confusa e vagamente assustada ante esse<br />

homem escuro que tinha estado ao lado de minha tia. Entretanto, nesse<br />

momento não estava a seu lado, a não ser ao meu. Acomodei-me de novo no<br />

regaço do Galen e encontrei consolo em suas carícias, mas era ao Doyle a<br />

quem pedi ajuda.<br />

-Me leve para o Kurag se quer resgatar a este ladrão – eu disse.<br />

Doyle arqueou uma sobrancelha.<br />

-Ladrão?<br />

-Bebeu de meu sangue sem que lhe convidasse. O único roubo mais<br />

importante entre os trasgos é o roubo de carne.<br />

Rhys se ajoelhou a meu outro lado.<br />

-Ouvi dizer que os trasgos perdem muita carne durante o ato sexual.<br />

-Só se concordar com antecedência – eu disse.<br />

Galen se inclinou para mim. Murmurou:<br />

-Se se sentir tão fraca pela hemorragia que não pode te deitar com ninguém<br />

esta noite... -Roçou minha bochecha com seus lábios. -Não acredito que<br />

resistisse te contemplar em um de seus espetáculos de sexo. Tem que te pôr<br />

bem para te colocar na cama com alguém esta noite, Merry. Deixa que Fflur te<br />

cure as feridas.

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