Meredith Gentry 1 - CloudMe

aços e os caules ainda mantinham meus pulsos por cima da cabeça, quando
todos nos voltamos para a corrente de luz que procedia das portas abertas.
A luz resplandecia, desconcertante, envolta em um halo de névoa. Sabia
que a luz só parecia brilhante depois da escuridão, e acreditei que o halo de
névoa se devia a meu enjôo, até que daquela luz surgiu uma mulher. De cada
um de seus dedos cor amarela pálida se levantava fumaça, como se estes
fossem velas recém apagadas.
Fflur entrou na habitação com um vestido completamente negro que dava a
sua pele amarela a brilhante cor dos narcisistas. Seu cabelo amarelo se
pulverizava por sua roupa como uma capa brilhante que se enredava no vento
de seu próprio poder.
Os guardas se repartiram a cada um de seus lados. Muitos levavam armas;
o resto entrou na habitação com as mãos vazias. Havia vinte e sete homens na
Guarda da Rainha e o mesmo número de mulheres na Guarda do Rei, as quais
obedeciam ao Cel em ausência de rei. Cinqüenta e quatro guerreiros, e menos
de trinta apareceram pelas portas.
Na escuridão, tentei memorizar cada cara, tentei recordar quem tinha ido
em nossa ajuda e quem ficou atrasado, a salvo. Os guardas que não tinham
passado por aquelas portas tinham perdido qualquer oportunidade sobre meu
corpo.
Mas não podia me concentrar em todas os rostos. Detrás da Guarda
apareceu um montão de novas formas, a maioria delas mais baixas e muito
menos humanas.
Tinham chegado os trasgos.
Os trasgos não eram criaturas do Cel. Este foi meu último pensamento
antes de que a escuridão se apoderasse de minha visão e se comesse a névoa
que tinha ante meus olhos. Afundei-me naquela bendita escuridão como uma
pedra jogada na água profunda, que só podia cair e cair, porque não havia
fundo.