Meredith Gentry 1 - CloudMe

Abri os olhos de surpresa. Que um edifício inteiro estivesse protegido, não
só um apartamento mas também todo o edifício, significava que os feitiços
protetores tinham que colocar-se nos alicerces do edifício. Terei que aplicá-los
ao cimento e também às vigas de aço. Isto implicava um aquelarre de bruxas,
ou vários. Nenhum profissional poderia fazer o de maneira individual. Era um
processo muito caro. Só as casas ou edifícios mais luxuosos podiam presumir
disso.
- A que se dedica, senhorita Phelps? –Perguntou Jeremy.
Ele, igual a eu, não tinha contado com que as duas mulheres fossem
capazes de poder pagar nossa tarifa. Tínhamos suficiente dinheiro no banco
em nome da agência e em nossas contas particulares, de maneira que
inclusive podíamos fazer caridade de vez em quando. Não é nosso costume,
mas em alguns casos não se trabalha por dinheiro a não ser simplesmente
porque não se pode dizer que não. Nós dois pensamos que este seria um
desses casos.
- Tenho uma herança que ganhei o ano passado. Tenho acesso à
totalidade, agora. Confie em mim, senhor Grei, poderei pagar seu cachê.
- Está bem, senhorita Phelps, mas, para falar a verdade, não era isto o que
me preocupava. Não o difunda, mas se alguém está em uma situação o
suficientemente grave, não nos tiramos isso de cima porque não possa pagar
nossos honorários.
Naomi estava atônita.
- Não queria dizer que vocês eram... Sinto muito. –Mordeu-se a língua.
- Naomi não tinha intenção de insultá-la –disse Frances-. foi rica toda sua
vida, e muita gente tentou tirar partido disso.
- Não me ofendeu –disse Jeremy.
Embora eu sabia que provavelmente sim se ofendeu, Jeremy era um
empresário que sabia ficar em seu lugar. A gente não perde os estribos com
um cliente, ao menos se pensa aceitar o caso. Ou, com mínimo, não até que
não fazem algo verdadeiramente horrível.
- Tentou em alguma ocasião apoderar-se de seu dinheiro? –Perguntou
Teresa.
Naomi a olhou com cara de surpresa.
- Não, não.
- Ele sabe que é rica? –Perguntei.
-Sim, sabia, mas nunca me deixava pagar nada. Dizia que era um pouco
antiquado. Não se preocupava absolutamente pelo dinheiro. Era uma das
coisas que eu mais gostei dele a princípio.
- Ou seja que não procura dinheiro –disse.
- Não lhe interessa o dinheiro –disse Frances.
Olhei aqueles grandes olhos azuis, que já não mostravam medo.
Continuava estando de pé detrás do Naomi, reconfortando-a, e parecia cobrar
forças desta situação.
- O que lhe interessa? –Perguntei.
- O poder –disse.
Assenti. Estava no certo. O abuso sempre tem a ver com o poder, de uma
maneira ou outra.
- Quando dizia que os destreinados se cansavam facilmente, não acredito
que estivesse pensando em sua habilidade sexual.
Naomi agarrava as mãos do Frances, as apertando contra seus ombros.