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Meredith Gentry 1 - CloudMe

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seu lugar, sustentavam-no detrás das paredes metafísicas, a salvo mas<br />

incapaz de compartilhar a oferenda.<br />

Mas Keelin não se fechou nem se apartou. Possivelmente não tinha<br />

suficientes escudos para levantar paredes, ou possivelmente não desejava as<br />

construir. Mas notei que ela entrava no poder, que se abria a ele, e ouvi sua<br />

voz derramando-se em um suspiro que se mesclou com o vento.<br />

Keelin avançou até o limite que estabelecia a correia, levantando cada um<br />

de seus quatro braços para saudar a noite.<br />

Cel puxou ela para trás com a correia de pele. Keelin deu um tropeção, e<br />

senti como seu espírito se desmoronava.<br />

Dirigi uma mão para ela e o poder, embora escapava a meu controle,<br />

ampliou-se e abraçou a Keelin. Empurrou ao Cel igual à água empurra uma<br />

rocha que se acha no centro de uma corrente, como algo que rodear, como se<br />

não existisse. O empurrão lhe fez tropessar e a correia lhe escapou da mão.<br />

Sua cara pálida se levantou para a lua crescente, e seu belo rosto refletiu o<br />

terror mais absoluto.<br />

A visão eu gostei, era um prazer. O fluxo generoso de poder se curvou a<br />

meu redor, puxou como a mãe puxa o braço de seu filho travesso. Não havia<br />

lugar para a delicadeza em meio de uma vida assim. Keelin estava de pé no<br />

meio do caminho, com os braços estendidos e a cabeça para trás, de maneira<br />

que a claridade da lua brilhava totalmente em se rosto. Para Keelin foi um<br />

momento estranho e maravilhoso mostrar seu rosto claramente à luz.<br />

Siobhan veio para mim com um brilho escuro de mãos brancas e o brilho<br />

negro da armadura. Reagi sem pensar, movendo a mão para frente como se<br />

aquele grande poder entorpecido fosse responder ao meu gesto. E o fez.<br />

Siobhan se deteve topando contra um muro. Suas mãos brancas brilhavam<br />

com uma chama pálida que não era tal. Seu poder se dirigiu para algo que nem<br />

tão sequer eu podia ver. Não obstante, senti sua frieza tentando devorar a noite<br />

cálida, e aqui não tinha poder. Se tivesse estado entre os verdadeiramente<br />

vivos, se seu tato tivesse provocado uma morte ordinária, a Terra não a teria<br />

detido. O poder era mais neutro que tudo isso. Queria-me, de algum jeito me<br />

dava as boas-vindas, mas daria igualmente as boas-vindas a meu corpo em<br />

decomposição com seu abraço quente e cheio de vermes. Tomaria meu<br />

espírito no vento e o levaria a algum outro lugar.<br />

Entretanto, a magia de Siobhan não era natural, e não podia passar.<br />

Entender seu poder podia me dar a chave de sua destruição. Mas necessitaria<br />

de alguém com mais experiência em feitiços ofensivos para decifrar a chave.<br />

Produziu-se um movimento além de nosso pequeno grupo. Cel e Siobhan<br />

se viraram para ver sua última ameaça, e quando advertiram que se tratava do<br />

Doyle, seus corpos não se relaxaram. O príncipe e herdeiro ao trono e sua<br />

guarda pessoal tinham medo da Escuridão da Rainha. Resultou-me<br />

interessante. Três anos atrás, Cel não tinha medo do Doyle. Não temia a<br />

ninguém, exceto a sua mãe. E nem sequer ante ela temia a morte, porque ele<br />

era quão único tinha para transmitir seu sangue. Seu único filho. Seu único<br />

herdeiro. Ninguém desafiou ao Cel a duelo, nunca, porque não ousavam<br />

ganhar, e perder poderia significar a morte. Tinha vivido durante os três últimos<br />

séculos intacto, sem desafios, sem temor, até então.<br />

Então vi, quase percebi, o desconforto do Cel. Tinha medo. Por quê?

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