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Meredith Gentry 1 - CloudMe

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A outra mulher da habitação era a detetive Lucinda Tate, a que todos<br />

chamavam Lucy. Tínhamos trabalhado com ela em diversos casos de ações<br />

perpetradas por não humanos, e cujas vítimas estavam sendo enfeitiçadas ou<br />

assassinadas. Em realidade, a primeira vez que se ampliou a Lei sobre o<br />

Exercício da Magia par incluir o trabalho policial foi quando Jeremy e o resto de<br />

nós atuamos circunstancialmente como policiais. Todos nós cumpríamos com<br />

os requisitos de ter dotes mágicos e isso nos fazia idôneos para o trabalho,<br />

porque significava que podiam prescindir de toda a preferência que um<br />

companheiro não mágico teria necessitado e que nos podiam pôr a trabalhar<br />

imediatamente. Uma espécie de ajudantes de emergência. A Lei sobre o<br />

Exercício da Magia me permitiu tirar a carteira de detetive me economizando<br />

um montão de horas de preparação que se exige normalmente para obter uma<br />

licença na Califórnia.<br />

A detetive Tate se apoiava na parede e movia a cabeça.<br />

- Deus, Klein, não sente saudades que tenha tido demandas por<br />

perseguição sexual.<br />

Maury pestanejou para recuperar a atenção. Tinha o aspecto de alguém<br />

que está ao final de um feitiço poderoso, como se estivesse despertando, mas<br />

o sonho ainda não acabou. A capacidade de concentração do Maury era<br />

invejável. Finalmente, dirigiu-se a detetive, com as mãos ainda em meu sutiã.<br />

- Não sei a que se refere, detetive Tate.<br />

Olhei-a por cima da cabeça encurvada do Maury.<br />

- De verdade não sabe –disse.<br />

Tate me sorriu.<br />

- Perdão pelo manuseio, Merry. Se não fora o melhor no que faz, ninguém o<br />

toleraria.<br />

- Quase nunca utilizamos aparelhos de som nem câmaras ocultas –disse<br />

Jeremy-, mas quando o fazemos, eu gosto de pagar pelo melhor.<br />

Tate o olhou.<br />

- O departamento não o poderia permitir, sem dúvida.<br />

Maury falou sem tirar sua atenção de meu peito.<br />

- Em outra época trabalhei como autônomo para a polícia, detetive Tate.<br />

- E nós gostamos de verdade, senhor Klein.<br />

O brilho travesso no olhar da detetive e o semblante cínico não se<br />

correspondia muito com suas palavras. O cinismo parecia ser um salário do<br />

ofício. O brilho travesso formava parte da essência mesma da Lucy Tate.<br />

Sempre parecia rir de tudo por baixo. Eu estava bastante segura de que se<br />

tratava de um mecanismo de defesa para manter oculta sua verdadeira<br />

identidade, mas ainda não tinha descoberto o que tratava de esconder. Não era<br />

meu assunto, embora admita certa curiosidade muito imprópria de duendes a<br />

respeito da detetive Lucy Tate. Era a soma perfeição de sua camuflagem, o<br />

fato de que não se podia ver além dessa máscara divertida, o que me animava<br />

a penetrar nela, via a dor de Roane, e por isso o podia deixar em paz, mas não<br />

conseguia ver nada em Lucy, e tampouco Teresa, o qual significava, é obvio,<br />

que a detetive Tate era um ser com uns poderes psíquicos consideráveis. Algo<br />

tinha acontecido em sua mais tenra idade que a fazia ocultar seus poderes até<br />

tal ponto que nem ela mesma sabia que os tinha. Nenhum de nós lhe tinha<br />

explicado esta idéia. A vida da detetive Tate parecia em ordem e ela tinha um<br />

aspecto de ser feliz. Se tocava a ferida que tinha forçado o declive de seus<br />

poderes, tudo podia trocar. O sucesso possivelmente fora tão traumático como

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