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Meredith Gentry 1 - CloudMe

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-Sim, são um bonito par, tia Andais – eu disse.<br />

Assentiu, como se a tivesse agradado.<br />

-Encarrego-te, Doyle, levar ao Frost a sua habitação e comprovar que use a<br />

roupa que tenho feito confeccionar para ele. Lhe leve ao banquete com essa<br />

roupa ou entrega-o ao Ezekial para que seja torturado.<br />

-Como deseja minha senhora, assim se fará -disse Doyle. Levantou-se e<br />

pegou o braço do Frost para pô-lo em pé.<br />

Os dois se encaminharam para a porta, com as cabeças inclinadas. Doyle<br />

me dirigiu um olhar enquanto se foram. Possivelmente se desculpava por me<br />

deixar a sós com ela, ou me advertia de algo. Não pude decifrá-lo. Mas se foi<br />

da habitação com minha pistola ainda na cartucheira. Eu teria gostado de ter a<br />

arma.<br />

Rhys se deslocou para colocar-se ao lado da porta, como um bom guarda.<br />

Andais observou seu movimento igual aos gatos quando olham aos pássaros,<br />

mas o que disse foi bastante suave.<br />

-Espera fora, Rhys. Quero falar em particular com minha sobrinha.<br />

Seu rosto denotou surpresa. Olhou-me, como se estivesse solicitando<br />

minha permissão.<br />

-Obedece, ou quer ir com os outros a ver o Ezekial?<br />

Rhys negou com a cabeça.<br />

-Não, senhora, farei o que me ordena.<br />

-Sai -disse.<br />

Ao sair me olhou de esguelha uma vez mais, mas fechou a porta detrás<br />

dele. A habitação se tornou de repente muito, muito silenciosa. O som do<br />

vestido de minha tia ao mover-se pelo corredor ressonava em meio da calma,<br />

como as escamas secas de uma serpente enorme. Caminhou até o extremo da<br />

habitação, onde uns degraus conduziam a uma pesada cortina negra. Abriu a<br />

cortina para revelar uma mesa de madeira com uma cadeira esculpida a um<br />

lado e um tamborete sem respaldo no outro. Havia um tabuleiro de xadrez<br />

sobre a mesa redonda, cujas pesadas peças estavam gastas pelo roce de<br />

mãos que as tinham deslizado sobre o mármore ao longo de séculos. O<br />

tabuleiro de mármore tinha literalmente estrias, como caminhos criados por<br />

pisadas repetidas.<br />

Havia uma caixa de armas apoiada contra a parede arredondada do grande<br />

quarto, cheia de rifles e de pistolas. Duas molas de suspensão penduravam da<br />

parede em cima da caixa de madeira. Sabia que as flechas estavam debaixo,<br />

depois das portas fechadas da parte inferior, junto com as munições. Havia um<br />

luzeiro do alvorada, com uma bola cravejada ao extremo de uma cadeia e uma<br />

maça, montado a um lado da caixa de armas. Estavam cruzadas como as<br />

espadas do outro lado da caixa. Debaixo da maça e o luzeiro do alvorada havia<br />

um enorme escudo com a marca de Andais na superfície: um corvo, um mocho<br />

e rosas vermelhas. O escudo do Eamon estava debaixo das espadas cruzadas.<br />

Na parede tampouco faltavam correias para pulsos e tornozelos. Em cima<br />

destas, um látego enroscado como uma serpente pendurava de um gancho.<br />

Um látego mais pequeno pendurava por cima das correias da direita. Teria dito<br />

que era um açoite de nove nós, mas tinha muitos mais, cada um rematado por<br />

uma pequena bola de ferro e um gancho de aço.<br />

-Vejo que seus hobbies não trocaram – eu disse. Tentei ser neutra, mas a<br />

voz me traiu. Às vezes, quando ela abria a cortina, a gente jogava xadrez.<br />

Outras vezes não.

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