Meredith Gentry 1 - CloudMe

Suspirei, e apoiei as mãos no tabuleiro da mesa. Sentia-me incômoda e
cansada. Tinha me esforçado muito por não pensar no Griffin e no fato de que
o veria essa noite.
-Se ele pudesse sentir por mim o que eu sentia por ele, se pudesse estar
tão apaixonado por mim como eu estive por ele, então lhe quereria, mas não
pode. Não pode ser de outra forma de como é, nem eu tampouco. -Olhei-a
através da mesinha.
-Pode lhe incluir na luta por seu coração, ou pode lhe excluir da competição.
Você decide.
Assenti e me endireitei.
-Obrigado, queridísima tia.
-Por que estas palavras saem de seus lábios como o mais vil dos insultos?
-Não pretendia insultar.
Fez-me calar.
-Não te incomode, Meredith. Perdeu-se o afeto entre nós. As duas
sabemos. -Olhou-me dos pés a cabeça. -Sua vestimenta é aceitável, embora
não é a que eu teria escolhido.
Sorri, mas não era um sorriso alegre.
-Se tivesse sabido que iria me nomear herdeira esta noite, teria posto um
Tommy Hilfiger original.
A rainha riu e ficou em pé entre um sussurro de saias.
-Pode comprar todo um guarda-roupa novo, se quiser. Ou podemos fazer
que os modistas da corte desenhem um para ti.
-Estou bem assim – eu disse, -mas obrigado pela oferta.
-É independente, Meredith. Nunca me agradou essa sua característica.
-Eu sei – eu disse.
-Se Doyle tivesse dito nas terras do oeste o que tinha reservado para ti esta
noite, teria vindo voluntariamente ou teria tentado fugir?
Olhei-a.
-Está me nomeando herdeira. Permite que eu me deite com toda a Guarda.
Não é um destino pior que a morte, tia Andais. Ou acaso há algo do que não
me tenha falado ainda?
-Pegue o tamborete, Meredith. Vamos deixar a habitação como estava, tudo
bem?
Baixou os degraus de pedra para a porta que se abria na contrária.
Eu peguei o tamborete, mas eu não gostava que não tivesse respondido a
minha pergunta. Ainda não havia me dito tudo.
Chamei-a antes de que abrisse a pequena porta.
-Tia Andais.
Voltou-se.
-Sim, sobrinha.
Sua expressão era vagamente divertida, de condescendência.
-Se o feitiço de luxúria que colocou no carro tivesse funcionado e Galen e
eu tivéssemos feito amor, teria nos matado
Piscou, e o leve sorriso que tinha mostrado desapareceu.
-Feitiço de luxúria? Do que fala?
O contei.
Fez um gesto de negação com a cabeça.
-Não era meu feitiço.
Levantei a mão e o anel brilhou.