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enluvado na ferida e o tirou com uma gota de meu sangue. Pôs o dedo para<br />
baixo para que a gotas caísse tremente ao chão.<br />
-Quero que saiba algo, sobrinha. Seu sangue é meu sangue, e este é o<br />
único motivo pelo que me importa o que te aconteça. Não me importa se você<br />
gosta ou não o que planejei para ti. Necessito que continue nossa linhagem<br />
sangüínea, mas se não contribuir a isso, não te necessito.<br />
Retirou a faca muita devagar, até deixá-lo a cinco centímetros de minha<br />
pele. Colocou a folha contra minha bochecha, com a ponta perigosamente<br />
perto de meus olhos. Notava o pulso na língua, e me tinha esquecido de<br />
respirar. Ao ver sua cara, soube que podia me matar assim, sem mais.<br />
-O que não me serve, desprezo, <strong>Meredith</strong>. -Apertou a folha contra minha<br />
pele; quando piscava, a ponta da faca me roçava as pestanas, -Escolherá a<br />
alguém para te deitar com ele esta noite. Não me importa quem. Posto que<br />
invocaste direitos de virgem, é livre de voltar para Los Angeles, mas terá que<br />
escolher a algum de meus guardas para que te acompanhe. Assim lhes olhe<br />
esta noite, <strong>Meredith</strong>, com esses teus olhos de esmeralda, verde e ouro, esses<br />
olhos da corte da Luz, e escolhe. -Colocou sua cara ao lado da minha, tão<br />
perto que teria podido me beijar. Murmurou as últimas palavras em minha<br />
boca. -Foda a um esta noite, <strong>Meredith</strong>, porque se não o faz, amanhã de noite<br />
entreterá a corte com um grupo a minha escolha. -Sorriu, e era o sorriso que<br />
aparecia em seu rosto quando pensava em algo perverso e doloroso. -No<br />
mínimo um dos que escolha tem que ser de suficiente confiança, para que<br />
espie para mim se retornar a Los Angeles.<br />
Minha voz saiu em um sussurro.<br />
-Tenho que me deitar com seu espião?<br />
-Sim -disse.<br />
A ponta do fio se moveu um pouco mais, aproximando-se tanto que me<br />
nublou a visão, e resisti a piscar, porque se o fazia a ponta da faca se cravaria<br />
em minha pálpebra.<br />
-Está de acordo, sobrinha? Está tudo bem que te faça dormir com meu<br />
espião?<br />
Eu disse a única coisa que podia dizer.<br />
-Sim, tia Andais.<br />
-Escolherá a seu pequeno harém esta noite, no banquete?<br />
Meus olhos não pestanejavam, mas sentia a necessidade de fazê-lo.<br />
-Sim, tia Andais.<br />
-Deitará-te com alguém esta noite antes de retornar às terras do oeste?<br />
Abri mais os olhos e me concentrei em sua cara, em lhe olhar à cara. A faca<br />
era uma parte de aço que me tampava virtualmente toda a visão do olho<br />
direito, mas ainda podia ver, ainda via sua cara por cima de mim como uma lua<br />
grafite.<br />
-Sim -sussurrei.<br />
Apartou-me a faca da cara e disse:<br />
-Assim. Era tão difícil?<br />
Apoiei-me contra a parede, com os olhos fechados. Mantinha-os fechados,<br />
porque não podia dissimular a raiva que sentia, e não queria que Andais visse.<br />
Queria sair dessa habitação, nada mais que sair dessa habitação e me afastar<br />
dela.<br />
-Chamarei o Rhys para que te acompanhe até o banquete. Parece um<br />
pouco agitada. -Riu.