Meredith Gentry 1 - CloudMe

Abri os olhos, piscando para limpar as lágrimas que se acumularam. Ela já
estava baixando os degraus.
-Enviarei ao Rhys, embora possivelmente com o feitiço da limusine
necessite outro guarda. Pensarei em quem te enviar. -Estava quase ao lado da
porta quando se voltou e disse: -E quem tem que ser meu espião? Terei que
escolher a alguém bonito, a alguém que seja bom na cama, para que não seja
uma carga muito pesada.
-Não me deito com homens estúpidos ou mesquinhos – eu disse.
-O primeiro não limita muito o campo, mas o segundo... Alguém generoso
de espírito, isso é pedir muito. -Seu sorriso se ampliou; obviamente, estava
pensando em alguém. -Ele poderia servir.
-Quem? -Perguntei.
-Você não gosta das surpresas, Meredith?
-Não especialmente.
-Bom, a mim sim. Eu adoro as surpresas. Ele será meu obséquio. Na cama
é um espetáculo ou era há sessenta anos, ou eram noventa? Sim, acredito que
o fará bem.
Não me preocupei em perguntar de novo de quem se tratava.
-Como pode estar segura de que me espiará para ti uma vez que esteja em
Los Angeles?
Deteve-se com a mão no pomo da porta.
-Porque me conhece, Meredith. Sabe que sou capaz de dar prazer, e
também de provocar dor. -Com isto, deixou abertas as duas portas e ordenou
ao Rhys que retornasse à habitação.
Este passeou o olhar desde ela para mim. Seus olhos se abriram só um
pouco, mas isso foi tudo. Seu semblante parecia cuidadosamente inexpressivo
enquanto caminhava para mim para me oferecer o braço. O enlacei
agradecida. Custava uma eternidade caminhar por aquele lugar para abrir a
porta. Queria correr para ela e continuar correndo. Rhys me deu um tapinha na
mão, como se notasse a tensão de meu corpo. Sabia que tinha visto a pequena
ferida do pescoço. Podia fazer suas próprias teorias sobre como se produziu.
Alcançamos a porta e saímos ao corredor que se abria detrás dela. Meus
ombros se relaxaram só um pouco.
Andais nos chamou:
-Se divirtam, meninos. Veremo-nos no banquete.
Fechou as portas detrás de nós com uma portada que me fez dar um salto.
Rhys começou a deter-se.
-Você está bem?
Agarrei-lhe o braço e me segurei nele para continuar caminhando.
-Me tire daqui, Rhys. Me tire daqui, por favor.
Não perguntou nada. Simplesmente me acompanhou pelo corredor, longe
de ali.